Campeão da Libertadores, o Flamengo terá em dezembro finalmente a chance de dar “o mundo de novo” à sua insistente torcida. O Rubro-Negro estreia no Mundial de Clubes do Catar na semifinal do dia 17, contra um adversário que sairá do confronto entre Al Hilal, clube da Arábia Saudita campeão da Champions da Ásia, e Espérance, time da Tunísia que faturou a última edição da Champions da África.

Sauditas e tunisianos vão se enfrentar no dia 14, às 12h (de Brasília), no Estádio Jassim Bin Hamad pelas quartas de final do Mundial do Catar. O que o Flamengo terá pela frente na semifinal?

O Al Hilal foi a última equipe que Jorge Jesus treinou antes de chegar à Gávea e tem no elenco um velho conhecido da torcida rubro-negra, enquanto o Espérance é uma potência africana que dá as cartas no futebol do seu país e possui experiência em Mundiais.

Al Hilal (Arábia Saudita)

O clube ganhou o direito de disputar o Mundial ao conquistar no último domingo a Liga dos Campeões da Ásia com vitória por 2 a 0 sobre o Urawa Red Diamonds, do Japão, no segundo jogo da final (veja abaixo os melhores momentos) – o jogo de ida também terminou com vitória para os sauditas, mas por 1 a 0. O Al Hilal foi o último clube em que Jorge Jesus trabalhou antes de chegar ao Flamengo: o português ficou sete meses no comando da equipe e conquistou, nesse tempo, apenas a Supercopa Saudita. E sabe quem joga lá? Gustavo Cuéllar. O ex-rubro-negro não disputou a Champions porque foi contratado após o prazo de inscrição para a competição. Mas vem sendo titular na liga nacional e certamente vai jogar o Mundial.

O formato do torneio asiático prevê separação por regiões nas chaves. Assim, a final sempre é disputada por um time do Oriente Médio e um do Extremo Oriente. Esta última região levou a melhor na decisão de 2012 a 2018, com títulos de equipes de China, Japão e Coreia do Sul (além de uma da Austrália). Por isso, o Al Hilal conseguiu a façanha de ser o primeiro time do Oriente Médio a levantar a taça desde 2011, quando o Al Sadd, do Catar, conquistou o torneio.

O título deste ano é o terceiro do Al Hilal na Champions asiática – também garantiu a taça em 1992 e 2000. Além disso, o clube tem 15 conquistas na liga saudita, sendo o maior campeão do torneio.

Gustavo Cuéllar, ex-Flamengo, é jogador do Al Hilal, da Arábia Saudita — Foto: Divulgação / Al Hilal FC

Gustavo Cuéllar, ex-Flamengo, é jogador do Al Hilal, da Arábia Saudita — Foto: Divulgação / Al Hilal FC

Destaques
Basta ser um pouco antenado em futebol internacional para conhecer Bafétimbi Gomis. O atacante francês de 34 anos tem no currículo passagens por clubes importantes, como Saint-Étienne, Lyon, Olympique de Marselha e Galatasaray. E também algumas convocações para a seleção de seu país. Pois bem, Gomis é o cara desse time do Al Hilal. Ele tem 43 gols marcados desde que chegou na temporada passada, 13 só na atual. Foi o artilheiro (11 gols, um deles na final) e eleito o melhor jogador da Champions da Ásia.

Outro nome conhecido é o meia italiano Giovinco, revelado pela Juventus, também com muitas convocações para a seleção de seu país. O jogador de 32 anos passou quatro anos no Toronto FC e em 2015 foi eleito o melhor jogador da MLS, liga norte-americana da qual participa a equipe canadense.

Gomis, do Al Hilal, foi o artilheiro da Champions da Ásia — Foto: Karim JAAFAR / AFP

Gomis, do Al Hilal, foi o artilheiro da Champions da Ásia — Foto: Karim JAAFAR / AFP

Treinador
O romeno Razvan Lucescu comanda a equipe desde julho deste ano e vai fazendo um bom trabalho – além do título da Champions, a equipe lidera a liga saudita. Aos 50 anos, o treinador tem experiência especialmente em clubes da Romênia e chegou, inclusive, a assumir as rédeas da seleção do país entre 2009 e 2011. Fora do país, treinou El Jaish (Catar), Xanthi e PAOK (ambos da Grécia) antes de chegar ao Al Hilal.

Razvan Lucescu, técnico do Al Hilal, da Arábia Saudita — Foto: Fayez Nureldine / AFP

Razvan Lucescu, técnico do Al Hilal, da Arábia Saudita — Foto: Fayez Nureldine / AFP

História no Mundial
É a primeira vez que o Al Hilal disputa o Mundial de Clubes, que tem esse formato desde 2000. Em 1992, ano do seu primeiro título da Champions, disputou contra o Club Africain (Tunísia) a Copa Afro-Asiática – que seguia os mesmos moldes da Copa Intercontinental, disputada até 2004 pelos campeões sul-americanos e europeus. Mas ficou sem o título após derrota por 2 a 1 no jogo de ida e empate em 2 a 2 na volta.

Espérance (Tunísia)

Credenciou-se para o Mundial deste ano ainda em maio, quando venceu o Wydad Casablanca, do Marrocos, na final da Liga dos Campeões da África – a decisão causou polêmica e foi parar no tribunal porque o árbitro de vídeo deu defeito. O Espérance é o atual bicampeão do continente e tem, ao todo, quatro títulos da Champions: 1994, 2011, 2018 e 2019. Na Tunísia, é disparado o clube com mais conquistas domésticas (28), embora encontre-se em terceiro lugar no momento. Não tem no elenco nomes conhecidos do torcedor brasileiro.

Destaque

Como o argelino Youcef Belaili, que foi o artilheiro da equipe na conquista da Champions com três gols, não está mais no clube, podemos apontar como destaque o francês Anice Badri. Aos 29 anos, o experiente atacante é o goleador da equipe na temporada, com quatro gols. Jogou no Lille entre 2010 e 2013 e costuma ser convocado para a seleção da Tunísia – disputou, inclusive, a Copa do Mundo da Rússia.

Anice Badri, atacante do Espérance, jogou a Copa do Mundo de 2018 pela Tunísia — Foto: Guido Nunes

Anice Badri, atacante do Espérance, jogou a Copa do Mundo de 2018 pela Tunísia — Foto: Guido Nunes

Treinador
Aos 38 anos, Mouine Chaabani está no início da sua carreira de treinador. Ele foi auxiliar da equipe entre 2016 e 2018. Em agosto do ano passado, acabou efetivado no cargo. Firmou-se na posição com os títulos da liga tunisiana, da Supercopa da Tunísia e da Liga dos Campeões da África.

Mouine Chaabani, técnico do Espérance, da Tunísia — Foto: FETHI BELAID / AFP

Mouine Chaabani, técnico do Espérance, da Tunísia — Foto: FETHI BELAID / AFP

Campeão da Copa Afro-Asiática de 1995 ao vencer o Thai Farmers Bank (da Tailândia), o Espérance vai disputar o atual formato do Mundial de Clubes pela terceira vez. Nas duas primeiras participações, perdeu logo nas quartas de final: em 2011 para o Al Sadd (Catar) e em 2018 para o Al Ain (Emirados Árabes. Terminou em sexto em ambas as ocasiões. (Globo Esporte)