Considerado braço direito da corrupção na gestão do ex-governador Silval Barbosa, o ex-secretário Sílvio César Corrêa, ex-secretário-chefe de Gabinete, se passou por paladino da moralidade, em seu depoimento na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Paletó na Câmara de Cuiabá, nesta quarta-feira, se passou como paladino da moralidade. Ele possui condenações por concussão, lavagem de dinheiro, formação de quadrilha, fraude em licitação e corrupção passiva.
O presidente da CPI, vereador Marcelo Bussiki (PSB), alertou o depoente para a necessidade de falar somente a verdade.
Talvez por isso ele tenha se recusado a responder ao questionamento do vereador Abílio Brunini Júnior (PSC) se o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) era corrupto. Sílvio Correa se calou.
Silvio Cesar Correa Araujo continua a trabalhar com a família de Silval Barbosa, em um garimpo em Várzea Grande. Apesar das condenações, ele está em liberdade por conta de um acordo de colaboração premiada, acatada pela então juíza e hoje senadora Selma Rosane Arruda (Podemos), à época titular da 7ª Vara Criminal de Cuiabá. Ele cumpre pena em regime semiaberto e desfruta do dinheiro roubado no Tesouro do Estado.
Quem viu a sessão, interpretou que a postura de alguns vereadores na CPI do Paletó, demonstrando credulidade na declaração do braço direito de Silval Barbosa, chegou à beira da comicidade, chegando muito próxima à tragédia.
Da forma como segue, já que vai convocar condenados para se passarem por colaboradores do objetivo a ser apurado pelos parlamentares, a CPI do Paletó coloca em risco a própria credibilidade das investigações. É provável que existam bandidos arrependidos.
Todavia, se o arrependimento é real, então que o dinheiro roubado do erário seja devolvido para a população de Mato Grosso. Somente fazer-se de “Madalena arrependida” não apaga o mau feito ao Tesouro do Estado e, por consequência, aos habitantes da terra de Cândido Mariano da Silva Rondon.
(*Kátia Kissinger é pseudônimo)