Aprendemos, desde muito cedo, que cuidar do visual é importante, principalmente quando começamos uma carreira profissional. A maneira de se vestir, as roupas “adequadas” para determinados momentos, o penteado, os acessórios, enfim, como aprendemos, o visual comunica, e muito, mas você já parou para pensar que junto ao pacote de comunicação pessoal vem a voz? Sim, a voz é, também, o seu cartão de apresentação.

É importante explicar que a comunicação é trabalhada, dentro da fonoaudiologia, em três elementos: voz, fala e linguagem. Todos são diferentes, mas compõem esse grande cenário de apresentação. A maioria das pessoas têm dificuldade em entender as diferenças, por isso é comum os pacientes chegarem ao consultório sem saber ao certo o que deve ser trabalhado. E de fato, entender as nuances de cada elemento ajuda no resultado.

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Quando a gente fala em voz, estamos falando do timbre, da sonoridade, e como as vozes alcançam seus “escutadores” de maneira diferente. Na fonoaudiologia, trabalhamos o timbre da voz, porque têm timbres que trazem mais poder e segurança, já têm outros que não têm o mesmo alcance. No inconsciente coletivo, a criança é frágil e precisa de cuidado, por isso o timbre agudo, característico da infância, não traz segurança e nem autoridade. Essa percepção nem sempre é maldade, mas sim um registro da nossa ancestralidade. Timbres diferentes, outras formas de sentir e compreender.

Uma vez me perguntaram em uma reportagem se o timbre de voz do líder fazia diferença na sua atuação, respondi “sem dúvida nenhuma”. Às vezes o profissional é promovido dentro da empresa para alguma posição de liderança e percebe que não tem um retorno da sua equipe, não de imediato, pelo menos no sentido de voz de comando. Mas e aí? O que fazer? É neste ponto que entra o fonoaudiólogo.

O fono vai realizar o diagnóstico para verificação e a possibilidade de trabalhar junto a este líder a consciência timbrística, indicando alguns exercícios para que a pessoa comece a oralizar em uma performance profissional com um timbre de voz mais grave, claro que dentro da estrutura anatomofisiologica e possibilidade dela. Portanto, a voz é um dos elementos que a fonoaudiologia trabalha e eu diria a você que esse é um dos recursos inconscientes importantíssimo no processo de conquista a chamada autoridade e credibilidade.

Já a fala envolve os mecanismos como a articulação, a língua e os músculos da face. A língua, por exemplo, pode estar posicionada no lugar errado ou ter um frênulo encurtado que pode ser um dos motivos da dificuldade ao pronunciar as palavras. O procedimento para resolver esse “problema” é muito simples, basta um pequeno pique, normalmente feito por odontólogos, não sangra nem nada.

Uma língua flácida também pode interferir no mecanismo da fala, então com a orientação do profissional fonoaudiólogo é possível organizar e tonificar essa língua através de manobras específicas. A posição de língua é muito interessante, porque às vezes a pessoa não tem consciência de que a única coisa que está acontecendo é que a língua não está posicionando-se adequadamente, necessitando, assim, trabalhar essa consciência e assim desenvolver a arte de falar com beleza e clareza.

 De modo geral, quando falamos que uma pessoa tem uma boa oralidade, queremos dizer que ela usa um mecanismo adequado sob o ponto de vista articulatório e muscular. Uma fala com articulação mais fechada, que “fala para dentro”, denota vergonha e timidez, aspecto que precisa ser melhorado para uma comunicação efetiva.

Falamos da voz e da fala, agora chegamos à linguagem. Gosto de dizer que quando falamos desse elemento, temos que entender que existem diversas linguagens possíveis, podendo ser verbal, não verbal, a linguagem de determinada profissão, enfim. Então a linguagem é desenvolvida pelas pessoas com vivências, leituras e experiências. Dentro das inúmeras possibilidades que aplicamos à linguagem, é importante adquirir palavras novas para ir ampliando o seu mapa neural em relação a coleção de palavras para um rico vocabulário.

É na linguagem que trabalhamos o processo da comunicação. Se levarmos em consideração a linguagem profissional ou aquela voltada para algum grupo, deve-se primeiro identificar quem é esse público que você pretende falar. Assim você pode levar alguns aspectos da linguagem que facilitem a ligação entre você e quem quer alcançar. Afinal, não tem lógica falar para um grupo de adolescentes e não utilizar uma linguagem que alcance esse público, por exemplo.

Então observe, se as pessoas estiverem atentas a esses três elementos, não tem como não ter uma comunicação eficaz. Tudo o que foi falado neste artigo é treinado e praticado com um profissional da área de fono, a verificação, o diagnóstico de onde é que está a questão, se é na voz, na fala ou na linguagem. Então! Quer ter uma boa comunicação pessoal com grandes resultados profissionais? Não esqueça que sua voz, sua fala e sua linguagem, são, tal como o visual, o seu cartão de “visitas”.

*SÔNIA MAZETTO     é   Gestora de Potencial Humano, Terapeuta Integrativa, Fonoaudióloga e Palestrante

CONTATO:                                                    www.facebook.com/sonia.fonsecamazetto