Rinocerontes estavam presentes na América do Norte milhões de anos atrás. Sedentários, os Teleoceras viviam em grandes rebanhos durante o Mioceno Médio, e sua característica de não migração pode ser o que levou uma centena deles a morrerem soterrados em cinzas vulcânicas há 12 milhões de anos.

Publicado no último dia 4 de abril na revista Scientific Reports, um estudo analisou os isótopos de carbono, oxigênio e estrôncio para descobrir onde viviam, o que comiam e como era o clima na época desses animais. Basicamente, o carbono permite saber que tipo de plantas cresciam, o oxigênio dá indícios sobre a precipitação e o estrôncio é uma pista da geologia local.

Os rinocerontes foram atingidos pelas cinzas de uma erupção do supervulcão de Yellowstone, nos EUA. O conjunto de ossos foi encontrado na década de 1970, mas o motivo de tantos animais terem morrido no mesmo local não estava claro naquela época.

Cinzas de vulcão cobriram rinocerontes, que não morreram imediatamente — Foto: John Haxby/The University of Nebraska State Museum
Cinzas de vulcão cobriram rinocerontes, que não morreram imediatamente — Foto: John Haxby/The University of Nebraska State Museum

“As cinzas teriam coberto tudo: a grama, as folhas e a água”, explicou Clark Ward, estudante de pós-graduação na Universidade de Minnesota, em comunicado. “Os rinocerontes provavelmente não foram mortos imediatamente como as pessoas de Pompeia. Em vez disso, a morte foi muito mais lenta. Eles estavam respirando as cinzas. E provavelmente morreram de fome.”

Assim como os hipopótamos, esses animais se alimentavam de grama e passavam muito tempo na água, seja dentro ou ao redor dela.

“Não me surpreende que as análises sugiram fortemente que o Teleoceras major vivia em rebanhos, já que esse animal se assemelha ao hipopótamo moderno em sua forma e os hipopótamos vivem em rebanhos de várias dezenas de animais – com vários rebanhos em uma área geográfica”, disse o especialista em rinocerontes, John Payne.

(Por Redação Galileu)