Nesta segunda-feira(19), na Rádio Metrópole FM, a vereadora Maysa Leão(Republicanos) voltou a elogiar as mudanças ocorridas com a entrada em cena da intervenção do Estado, na Secretaria de Saúde de Cuiabá. Ao se lembrar da sua indignação quando realizou fiscalização no Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos(CDMIC), no ano passado, e encontrou milhares de medicamentos com validade vencida ou por vencer, quando médicos e outros profissionais os pediam, à exaustão, nas unidades de saúde da capital, sem nunca serem atendidos.
“Em 2021, fiz uma fiscalização, junto com outros vereadores, no CDMIC, onde achamos milhares de medicamentos que estavam faltando nas unidades de saúde e estavam ali com validade vencida, sendo jogados nos lixos. Mostrando que o caos na saúde passa literalmente pela falta de gestão. Medicamentos e insumos que os profissionais de saúde estavam há anos precisando, nos pedindo por meio de denúncias e eles ali com validade por vencer ou já vencido, sendo aos milhares jogados fora. Assim, a gente acaba entendendo as 16 operações policiais realizadas contra a administração do prefeito Emanuel Pinheiro, a maioria na secretaria de saúde”.
Ao fazer questão de ressaltar que a intervenção não é política, por mais que muitos de seus colegas de Câmara tentem buscar este viés, sobretudo, por fazerem parte da base de apoio do prefeito, no parlamento. Frisando que a intervenção do Estado, na Saúde de Cuiabá, foi uma decisão do Tribunal de Justiça, por meio de um Colegiado. Inclusive, recentemente, prorrogada até 31 de dezembro.
“Essa história que a intervenção na saúde de Cuiabá, pelo estado, é política é mentira. Ela foi uma exigência, em função do caos em que se encontrava a saúde na capital. E com a intervenção muita coisa mudou, por mais que alguns dos meus colegas de Câmara insistam em acreditar neste viés político. Mas é preciso sempre frisar que a intervenção foi uma decisão da Justiça. Ainda falta muita coisa para melhorar, sim, falta. Mas hoje só da gente saber que nunca mais faltaram médicos, medicamentos e insumos, bom, só aí já poderíamos comemorar a mudança causada pela intervenção. Foram contratados 120 médicos e os procedimentos cirúrgicos cresceram em 800%”.
Lembrando que um pouco antes da intervenção ela teria realizado uma fiscalização no antigo pronto socorro municipal, após receber diversas denúncias sobre a falta de atendimento e insalubridade do local. E que, atualmente, este mesmo espaço realiza 100 cirurgias diariamente.
“Fomos ao pronto socorro antigo antes de acontecer a intervenção e encontramos uma unidade com leitos vazios. Aí a gente perguntava porque estava sem pecientes e a resposta era porque o local estava com goteira, ou porque no outro quarto o teto caiu, ou que o quarto andar estava insalubre. Aí veio a intervenção e a gente pode observar este mesmo pronto-socorro sendo utilizado. Está perfeito. Não. Mas está servindo para salvar. Hoje são realizadas 100 cirurgias por dia. Todos os leitos estão preenchidos, 17 UTIs foram abertas. Como é que a gente não vai aplaudir a intervenção se ela mudou a cara da saúde de Cuiabá. Ou seja, precisava de gestão e isso está hoje ocorrendo”.
Maysa ainda explicou como eram feitas as fiscalizações antes da intervenção. Relembrando que ao chegar em uma unidade de saúde, por exemplo, os servidores imediatamente chamavam a polícia para os vereadores. E que todas as vezes que foi, inclusive, na secretaria nunca foi atendida pelo gestor da pasta ou pelo adjunto, pois eles estavam sempre ocupados. E, pior, antes de realizar esta fiscalização era necessário pedir por meio de um requerimento, assim, oficializar a ida do parlamentar à uma ou mais unidades específicas de saúde. E que para driblar estas exigências os vereadores usavam do artíficio de colocar o dia, mas não o horário, para que assim pudessem cumprir a tarefa de fiscalizar.
A interventora, a Danielle Carmona, sabe que ligo para ela o dia inteiro. Cada vez que alguém na Câmara levanta uma informação sobre alguma situação nas unidades de saúde ligo para Danielle e ela imediatamente me responde, desmentindo ou informando mudanças. Olha a diferença. Quando íamos à Secretaria de Saúde nunca fomos sequer atendidos pelo secretário ou adjunto, eles sempre estavam ocupados. Além da vergonha de chegarmos em uma unidade e os servidores chamarem a polícia pra gente. Assim, fazíamos a fiscalização escoltados. Sem falar que Cuiabá é o único município do Brasil que o vereador não pode fiscalizar sem antes avisar. Assim, tem que mandar um pedido, um requerimento, um aviso sobre a visita técnica É uma vergonha. Aí a gente criou os nossos artifícios. A gente avisava o dia, mas sem falar o horário”.
Fonte: O Bom da Notícia