Na entrevista da semana ao HNT TV, o comandante-geral da Polícia Militar de Mato Grosso, coronel Alexandre Mendes, revelou em primeira mão que a organização criminosa “Tropa Castelar” se originou em Peixoto de Azevedo (673 km de Cuiabá), comandada por dois irmãos indígenas na busca por territórios para o tráfico de drogas no norte do Estado. A facção criminosa já foi tema de sequenciais matérias do HNT a respeito da criminalidade espalhada na região de Sorriso.

“O Brasil não possuí uma fábrica de entorpecentes, tudo que é circulado aqui vem de outros países. E, daí, estamos falando de Paraguai, Colômbia e Bolívia. Os acessos para esses países passam em sua maioria por rodovias estudais. Então, eles perceberam que precisavam dominar essas regiões, para facilitar a entrada de drogas. Então, uma cidade como Sorriso, que está em grande expansão, precisa fornecer drogas para essa região, ela será um objeto de disputa. Por isso, hoje, se vê uma guerra entre duas facções, sendo que uma delas, a Tropa Castelar, é oriunda de Mato Grosso, que surgiu através de dois irmãos indígenas de Peixoto de Azevedo”, disse o coronel.

O comandante também tratou, na entrevista, sobre a entrada de policiais militares na política e suas consequências, assim como a necessidade de leis mais rígidas no país. Falou sobre a importância da cobrança pública para que leis mais duras sejam impostas aos criminosos. Segundo ele, existem crimes que estão sendo banalizados pela sociedade, por conta da cultura “é preso hoje, solta amanhã”.

“Nós temos que unir e pedir por leis mais firmes em nossa legislação penal. Não podemos prender um jovem para que saia pior. Não podemos colocar um sujeito que cometeu furto e outro que é latrocida, membro de facção criminosa, juntos. É fundamental tratar os iguais como iguais e os desiguais como desiguais”, destacou Alexandre.

O coronel ainda reforçou a importância da eleição do ex-presindete Jair Bolsonaro, que contribuiu para a entrada de militares na política, mas salientou a importância desses parlamentares em governar para todos para que não fiquem pelo caminho.

“A eleição do ex-presidente Bolsonaro ajudou muito a eleição de vários militares e também incentivou muitos a entrarem no meio político. Mas claro que estes parlamentares precisam governar para todos, não somente para aqueles grupos específicos que acabaram os elegendo, para que não fiquem como fenômenos, que são eleitos com número de votos expressivos em um ano e não conseguem permanecer no cargo”, frisou o comandante.

(HNT)