São Paulo iniciou a rodada com a corda no pescoço, pressionado por conta do andamento da rodada. Mas em uma tarde onde jogou bom futebol, com o técnico Rogério Ceni apostando alto e escalando uma base titular, venceu o Ceará por 2 a 0, em pleno Castelão, quebrou diversos jejuns particulares e ganhou um respiro em sua luta particular para fugir do rebaixamento no Campeonato Brasileiro.

O Tricolor conseguiu bater o imponderável e a arbitragem confusa no primeiro tempo da partida, com direito a pênalti a seu favor anulado após recomendação do VAR, jogador do Vozão expulso e clima muito tenso entre a torcida cearense, que jogou tudo o que tinha em mãos no gramado, revoltada.

Mesmo assim, os paulistas se superaram. Com gol de Calleri na mesma etapa inicial, que volta a marcar após oito partidas, voltam a vencer fora de casa após mais de dois meses e quebram o tabu de não baterem os cearenses em sua casa desde 2015. No final, os mandantes ainda tiveram mais um jogador expulso.

Ainda teve tempo para Bustos, um dos reforços do Tricolor nesta janela de transferências, marcar após passe de Igor Gomes e anotar seu primeiro tento com a camisa são-paulina.

Com o resultado e até a publicação deste relato, o Tricolor sobe para o 13º lugar da tabela, com 34 pontos, seis de vantagem sobe a zona do pesadelo, o que lhe dá certo respiro pensando na disputa da final Copa Sul-Americana. O Vozão segue com 31, em 14º.

O JOGO

O jogo começou com ares de sufoco para o São Paulo. Logo no primeiro minuto de jogo, Mendonza recebeu bola enfiada de Jô, finalizou e Felipe Alves impediu o que seria o primeiro gol do jogo, para o Vozão.

Em um jogo tenso, com muita marcação no meio-campo, as chances seguiam escassas. Aos 11′, Pablo Maia arriscou um chute de longe, que saiu sobre o travessão de João Ricardo. Truncado, a partida seguia faltosa.

Tudo mudou aos 22′. Em bom contra-ataque do São Paulo, Alisson cruzou pela direita e Calleri finalizou e o goleiro defendeu. Mesmo assim, a bola sobrou para Patrick, que cruzou já dentro da área na medida para o argentino testar e acabar com seu jejum de oito partidas sem marcar gol com a camisa tricolor.

O gol sofrido obrigou o Ceará a buscar mais o jogo ofensivo. O que cria buracos esperados pelo Tricolor. Aos 25′, após Richardson se enrolar com Diego Costa pedindo pênalti, Calleri roubou a bola na péssima saída de jogo alvinegra e entrou livre na área, mas seu chute foi bloqueado pela marcação.

A toada continuou igual no decorrer da etapa inicial. E o zagueiro cearense Luiz Otávio se tornou um personagem involuntário. Primeiro ele apareceu livre na área, mas chutou por cima. Na sequência, aos 34′, derrubou Calleri. Inicialmente a arbitragem apontou o pênalti. Mas depois foi marcada a falta após revisão do VAR e o jogador acabou expulso, deixando o Vozão com um a menos. Na cobrança, seis minutos depois, Alisson rolou para Pablo Maia, que chutou e exigiu boa defesa de João Ricardo.

COM UM A MENOS, CEARÁ PRESSIONA, MAS TRICOLOR SE SEGURA

Maguielson Lima Barbosa apitava só a sua segunda partida na Série A em toda a carreira e se mostrou completamente perdido desde o lance vital do pênalti desmarcado. O ocorrido acabou mudar por completo o comportamento dos jogadores, que passaram a simular faltas e agressões, e até da torcida no Castelão, responsável por jogar garrafas e copos no gramado.

Apesar do climão criado, a etapa final começou com futebol sendo jogado, o que sempre é bom para todo mundo. E um São Paulo com três mudanças promovidas por Rogério Ceni foi atrás do segundo gol. Aos 9′, após escanteio, Galoppo cabeceou no travessão e na sobra Bustos completou para fora.

Mesmo com um a menos em campo, contudo, o Ceará também precisava de um resultado positivo. E a equipe se lançou ao ataque. Aos 16′, em contra-ataque, Mendonza cruzou na medida para Vina, que acertou belo chute e viu a bola passar raspando a trave são-paulina.

A resposta sao-paulina veio na sequência. Aos 20′, Galoppo dominou da entrada da área e finalizou para boa defesa de João Ricardo. Três minutos depois, o goleiro cearense apareceu de novo, fazendo boa defesa em finalização de Pablo Maia. O arqueiro ainda teve tempo de amortecer uma testada de Bustos.

Na reta final da etapa final, o Ceará até ocupou bem os espaços deixados pelo São Paulo e cresceu no jogo, valendo-se do cansaço rival. Entretanto, Zé Roberto agrediu Diego Costa sem bola e acabou expulso, fazendo o time alvinegro atuar com nove em campo nos dez minutos finais, matando qualquer chance de reação. Aos 47′, contudo, em jogada de contra-ataque, Marcos Guilherme cruzou na medida para Igor Gomes, que achou Bustos dentro da área. O argentino completou às redes e selou o resultado final.

PRÓXIMOS JOGOS

Na próxima rodada, o São Paulo encara o Avaí no domingo (25), às 20h (de Brasília), no Morumbi, em jogo que foi antecipado pela CBF em razão da disputa da final da Copa Sul-Americana em Córdoba, na Argentina, contra o Independiente del Valle, do Equador, no próximo dia 1º de outubro, às 17h (de Brasília).

O Ceará joga dia 28 (quarta-feira), às 21h45 (de Brasília). Faz mais um confronto direto na luta para escapar do rebaixamento diante do Coritiba, no Couto Pereira.

FICHA TÉCNICA
CEARÁ 0 x 2 SÃO PAULO
CAMPEONATO BRASILEIRO – 27ª RODADA

Local: Castelão, em Fortaleza (CE)
Data e hora: 18/9/2022 (domingo), às 16h (de Brasília)
Árbitro: Maguielson Lima Barbosa (DF)
Auxiliares: Alessandro Alvaro Rocha de Matos (BA) e Leila Naiara Moreira da Cruz (DF) (ambos da Fifa)
VAR: Adriano Milczvski (PR)
Público e renda: não divulgado

Cartões amarelos: João Ricardo, Nino Paraíba, Richard, Gabriel Lacerda e Jô (Ceará); Rodrigo Nestor e Luciano (São Paulo)
Cartões vermelhos: Luiz Otávio aos 38min do 1ºT e Zé Roberto aos 39min do 2ºT (Ceará)

GOLS
Calleri (cabeça) aos 22min do 1ºT (0-1) e Bustos aos 47min do 2ºT (0-2)

CEARÁ
​João Ricardo; Nino Paraíba (Vásquez, 37/2), Messias, Luiz Otávio e Victor Luís (Diego, 37/2); Richard Coelho, Richardson (Gabriel Lacerda 41/1) e Vina (Guilherme Castillo, 18/2); Lima, Mendoza e Jô (Zé Roberto, 18/2)
Técnico: Lucho González

SÃO PAULO
​Felipe Alves; Rafinha (Igor Vinícius, intervalo), Diego Costa, Léo e Welington; Pablo Maia, Rodrigo Nestor (Galoppo, intervalo) e Alisson (Marcos Guilherme, 26/2); Patrick (Igor Gomes, 37/2), Luciano (Bustos, intervalo) e Calleri
Técnico: Rogério Ceni

Fonte: Lance