Terceiro lugar no ranking nacional de focos de calor e com o Pantanal pegando fogo, Mato Grosso prorrogou o período proibitivo de queimadas para até 30 de novembro.

Inicialmente, a medida estava prevista para terminar no dia 31 de outubro passado.

A prorrogação consta no decreto nº 579/2023 assinado pelo governador em exercício, Otaviano Pivetta (Republicanos).

Segundo o documento, publicado na quinta-feira (9) no Diário Oficial do Estado (DOE), a postergação da proibição do uso de fogo para limpeza e manejo de áreas rurais leva em consideração os prognósticos das condições climáticas cíclicas adversas, como estiagem prolongada, altas temperaturas, ondas de calor, umidade relativa do ar baixa e intensos ventos, que favorecem às ocorrências de incêndios florestais.

Decorre ainda da necessidade e da importância de se minimizar os efeitos adversos dos incêndios florestais, em destaque aos danos ambientais, materiais e humanos e os seus consequentes prejuízos econômicos e sociais, além do decreto estadual nº 259/2023, que declarou estado de emergência ambiental nos meses de maio a novembro deste ano e dispôs sobre o período proibitivo de queimadas no Estado.

Segundo a decisão, a proibição não se aplica às práticas de prevenção e combate a incêndios realizadas ou supervisionadas pelas instituições públicas responsáveis pela prevenção e pelo combate aos incêndios florestais.

 

Focos avançam

De acordo com dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Mato Grosso registrou 18.180 focos de calor, desde o início do ano a 8 do mês corrente.

Essa quantidade deixa o Estado na terceira colocação do ranking nacional de queimadas, atrás apenas do Pará, com 33.433 focos, e do Amazonas, com 18.795 pontos de incêndios.

O Estado, no entanto, apresenta 34% no número de focos, comparado ao mesmo período de 2022.

Localizado no Pantanal mato-grossense, Poconé (110 km ao Sul de Cuiabá) é o município com maior número de focos no Estado: 1.326. Em seguida, aparece Colniza (1.065 km a Noroeste da Capital),  com 1.289 ocorrências.

No Pantanal, que engloba o vizinho Mato Grosso do Sul, já são 3.140 focos.

Esse número representa um aumento de 154% em relação a 2022, quando o bioma registrou 1.235 ocorrências no mesmo intervalo de tempo.

No Estado, o fogo vem ameaçando Parque Estadual Encontro das Águas, maior refúgio das onças-pintadas do mundo, desde outubro passado.

Após a queda de um raio, a unidade de conservação teve cerca de 25% da área destruída pelas chamas, que chegaram a ser controladas no fim de outubro. Já nos primeiros dias de novembro, o incêndio retornou com força total.

A situação na região preocupa por ser de difícil acesso, o que dificulta o combate às chamas, e devido à falta de previsão de chuvas.

Dentre os ecossistemas brasileiros, a Amazônia lidera o ranking com 8.719 queimadas, seguida do Cerrado, com 45.906 focos.