O tio preso suspeito de causar a morte de uma menina de 2 anos de idade, em Poconé, a 103 km de Cuiabá, teria a estuprado, a espancado e a torturado. Ele e a mulher dele foram presos na última quinta-feira (4), suspeitos de maus-tratos, após a criança dar entrada na Unidade de Pronto Atendimento de Poconé com graves ferimentos. Três dias depois, ela morreu.

De acordo com a Polícia Civil, o tio tinha vídeos da criança no celular. Entre as imagens estão dela desfilando nua, claramente forçada a fazer aquilo, e com hematomas pelo corpo.

O casal estava com a guarda provisória da vítima, depois de os pais terem sido apontados como incapazes de cuidar.

A tia, segundo o delegado Maurício Maciel, responsável pela investigação do caso, não teria ligação com os abusos, a princípio, mas era omissa e há suspeita de que tenha agredido a criança também.

A menina deu entrada em uma unidade de saúde, depois de uma suposta sequência de maus-tratos. a situação se agravou e a garotinha acabou morrendo cinco dias depois.

O delegado afirmou que a princípio o tio, que tem 42 anos, e a mulher dele, que supostamente teria participação no crime, negaram as acusações, dizendo que a menina teria caído da cama, mas, durante o depoimento, a mulher teria decidido contar a verdade.

“Ela admitiu que essa menina sofria agressões físicas, maus-tratos, e até privação de alimento, além de tortura e estupro de vulnerável”, disse.

O pai biológico da criança disse que há cinco meses não tinha contato com a filha e que estava buscando reaver a guarda, quando recebeu a notícia da morte dela. “Eu tinha esperança de que ela estava viva, mas nem depois de morta o Conselho Tutelar quis me deixar vê-la. Agora eu quero Justiça”, afirmou Altamiro Pereira.

Até agora já foram ouvidos então pelo delegado, os pais da garotinha, as conselheiras tutelares, o tio e a esposa, e deve ser ouvida ainda outra pessoa da família, que teria forjado uma situação de incapacidade aos pais, para tirar a guarda e deixar a criança com o tio.

O inquérito deve ser concluído em dez dias.

O delegado aguarda o laudo final do Instituto Medico Legal (IML), mas o exame médico preliminar já teria apontado o abuso sexual e deixado evidente que as agressões eram frequentes.