Mais uma vez, Porto Rico frustrou o basquete brasileiro, e a seleção feminina está longe da vaga para os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020. Depois de tirar o Brasil do Mundial de 2018, a equipe caribenha voltou a atravessar bruscamente o caminho das brasileiras com uma virada heroica na estreia do Pré-Olímpico, em Bourges, na França: 91 a 89 na prorrogação. O Brasil chegou a liderar por 12 pontos de vantagem, mas deixou Porto Rico reagir, sofrendo apagão no período extra.

Para seguir sonhando com a vaga, o Brasil terá que conquistar pelo menos uma vitória diante das fortíssimas França e Austrália, números 5 e 2 do ranking da Fiba respectivamente, algo que não acontece desde 2002. Além disso, o Brasil precisa torcer para que Porto Rico não consiga vencer francesas e australianas. Nesse cenário, o saldo de pontos decidirá quem ficará com a vaga.

Melhores momentos de Porto Rico 91 x 89 Brasil pelo pré-olímpico de basquete feminino

Homenagem a David Stern e Kobe Bryant
Antes de a bola subir, foi prestado um minuto de silêncio em memória de David Stern, ex-comissário da NBA, e a Kobe Bryant, morto no dia 26 de janeiro em um trágico acidente de helicóptero.

Damiris, Patty e Érika são os destaques do Brasil
Damiris teve um jogo grandioso ao anotar 26 pontos e 15 rebotes. Érika também foi bem no garrafão, com, com 15 pontos e 8 rebotes. Entre as armadoras, se destacou Patty Teixeira, com 10 pontos.

Um show de Jennifer O’Neill
O grande destaque da partida foi a armadora Jennifer O’Neill, que marcou 30 pontos, pegou 6 rebotes e deu 3 assistências. Ela comandou as ações ofensivas de Porto Rico do início ao fim.

O jogo

1º Quarto: Brasil cochila na defesa, mas assume as rédeas do jogo com Damiris e Débora
O jogo começou com um ‘toma lá, dá cá’ nas bolas de três. As porto-riquenhas abriram o marcador com uma bola de fora, Damiris devolveu logo em seguida. Só que a defesa brasileira não entrou com o nível de intensidade necessário, e agressivas, as caribenhas abriram 4 pontos a seis minutos do fim da parcial.

Com Damiris como ponto focal do ataque, o Brasil evitou que Porto Rico se distanciasse no placar. A transição ofensiva passava a ser uma arma da seleção, assim como as bolas de três. Ao fim do primeiro quarto, o Brasil vencia por 20 a 18. Damiris e Débora comandavam o ataque com 7 e 5 pontos respectivamente.

2º Quarto: defesa evolui, Érika domina o garrafão e Brasil deslancha
O Brasil começou o segundo quarto sendo incisivo com Érika no garrafão. A defesa dava sinais de melhora e dificultava as ações de Porto Rico. A primeira grande vantagem da seleção aparecia na casa dos 8 pontos, apesar da grande partida de Jennifer O’Niell por Porto Rico. A jogadora terminou o primeiro tempo com 17 pontos.

Com Érika no banco, era a vez de Damiris assombrar as adversárias no garrafão. Alguns erros do Brasil no ataque recolocaram voltaram a dar ânimo a Porto Rico, que se aproximava no placar. A defesa brasileira mais uma vez voltava a trabalhar, recolocando o time nos trilhos. Ao fim do primeiro tempo, a seleção vencia por 42 a 36. Érika e Damiris reinavam no garrafão, com 11 e 9 pontos respectivamente.

3º Quarto: nível ofensivo cai, mas Brasil mantém domínio sobre Porto Rico
No começo do segundo tempo, o Brasil voltou a se apoiar em Damiris no ataque. Quando não pontuava, Damiris atraía a marcação e soltava a bola em uma companheira livre. O bom início de terceiro quarto proporcionou ao Brasil abrir 10 pontos de vantagem.

A seleção brasileira cometeu muitas faltas e deixou cair o ritmo ofensivo ao longo do período, mas teve competência para não deixar a seleção adversária encostar no placar. Uma bola de três pontos de Patty a 2 minutos do fim do quarto devolveu ao Brasil a vantagem de 10 pontos. Ao fim da parcial, o Brasil vencia por 63 a 55.

4º Quarto: muito drama e prorrogação
No último quarto, a defesa voltou a funcionar, complicando a vida das porto-riquenhas. Restando 8 minutos para o fim, a vantagem era de 9 pontos. Só que Porto Rico mostrou poder de reação e cortou a vantagem para 6 pontos, obrigado José Neto a pedir tempo.

Uma bola de três de Patty trouxe alívio para o Brasil. Jennifer O’Niell voltou a aparecer no ataque. Com uma bola de três, Porto Rico cortava a diferença para três pontos a 5 minutos do fim. A partida ganhava muito no aspecto drama.

Patty voltava a se agigantar, conseguindo, entre as pivôs caribenhas, uma falta seguida de cesta. A vantagem do Brasil voltava a crescer, 6 pontos. Ali Gibson convertia uma bola de três e sofria a falta. Mais quatro pontos para Porto Rico.

Com roubadas de bola, o Brasil reassumiu a liderança no placar, após ver as porto-riquenhas empatarem. Com menos de um minuto, Porto Rico passou à frente. Restavam 36 segundos. Érika converteu embaixo do aro e o Brasil retomou a liderança. Após uma falta de Tainá, Porto Rico foi para o lance livre. Errou o primeiro e converteu o segundo. No ataque seguinte, o Brasil não converteu o arremesso e o jogo foi para a prorrogação: 83 a 83.

Prorrogação

Com menos de um minuto e meio, Porto Rico abriu 6 pontos e deixou o Brasil em situação complicadíssima. A bola do Brasil teimou em não cair, não pontuando por quase todo o período extra. Duas bolas de três mudaram completamente o panorama do jogo, e a 46 segundos do fim, Porto Rico tinha a pressão nas costas. Mas as caribenhas tiveram competência para segurar a vitória e encaminhar a vaga para Tóquio.

Próximos jogos do Brasil

8 de fevereiro – sábado
16h30 – Brasil x França – transmissão SporTV 2/GloboEsporte.com em tempo real

9 de fevereiro – domingo
10h – Brasil x Austrália – transmissão SporTV 2/GloboEsporte.com em tempo real

Outros resultados do dia

China 86 x 76 Grã-Bretanha – Sérvia Grupo B
Nigéria 85 x 51 Moçambique – Sérvia Grupo A
Coreia do Sul 46 x 83 Espanha – Sérvia Grupo A

Sobre o Pré-Olímpico Mundial de Bourges

  • Data – 6 e 9 de fevereiro
  • Local – Bourges, França
  • Equipes – Brasil, França, Porto Rico e Austrália
  • Vagas em disputa para Tóquio – Três
  • Formato de disputa – Todas as seleções se enfrentam em jogo único, com cada uma realizando três partidas. As três primeiras se classificam para a Olimpíada de Tóquio, e o critério de desempate será o saldo de pontos
  • Ranking do Brasil – 15º lugar no mundo

(Globo Esporte)