O que na teoria seria obrigação hoje é uma possibilidade matemática. Há quatro jogos sem vencer e distante do pelotão da frente na Série B, o Vasco, rodada após rodada, vê o acesso cada vez mais intangível. Ainda há esperanças? Sim, com 13 partidas a disputar, o time ainda depende apenas das próprias pernas. Mas terá de fazer o que ainda não fez nessa temporada: ter uma grande sequência positiva de resultados.

Para o matemático Tristão Garcia, do site Info Bola, o Vasco tem apenas 3% de chance de voltar à elite em 2022. Hoje, o clube carioca é o 9º colocado, com 34 pontos, mas com um jogo a mais do que os principais concorrentes pelo acesso. Até o fim da rodada a situação pode piorar. A distância para o quarto colocado – hoje de sete pontos – subirá para 10, em caso de vitória do CRB sobre o lanterna Brasil de Pelotas.

Nas contas de Tristão Garcia, o número mágico hoje para garantir um lugar no G-4 é 64 pontos. Resumindo, o Vasco precisa de mais 30 pontos para não depender de ninguém. Nos 13 jogos que restam, o time de Fernando Diniz precisaria vencer 10.

– Com 64 pontos sobe com certeza. Pode entrar com menos? Não tenho dúvida disso. Mas não tem como garantir. É um risco– calculou Tristão, em contato com ge.

– A esperança é que o Vasco é conhecido como time da virada. Mas precisa começar a vencer. É possível subir com 61 pontos, por exemplo, mas não dá para garantir. O Vasco tem que ganhar pelo menos mais nove jogos. Menos do que nove vitórias não existe. Teria que vencer oito e empatar três, por exemplo, para chegar a 61 pontos. Mas se subir com essa pontuação, será na bacia das almas. Um grande risco. Pode acontecer? Pode. O Fluminense fez isso em 2009 (quando evitou o rebaixamento). Mas é muito difícil.

Independentemente do ponto de corte, é fato que o Vasco precisará ter, nas 13 rodadas restante, um aproveitamento de no mínimo dois pontos por jogo, em média. Algo muito superior ao que vem fazendo no momento. Nas últimas oito rodadas, por exemplo, o time conseguiu apenas seis pontos (0,75 por partida).

Média de rebaixado no returno

Foi na virada de turno, ainda sob o comando de Lisca, que o trabalho começou a degringolar. O matemático trabalha com recortes de seis jogos para avaliar o momento dos clubes. Nas últimas seis rodadas, que marcaram o início do returno, o Vasco fez um ponto por jogo e viu os concorrentes se distanciarem. Nas seis partidas anteriores, o time teve média de 1,5 ponto por rodada, o que ainda não era suficiente, mas mantinha o clube próximo ao pelotão da frente.

– Na virada do turno, o Vasco começou a estragar a campanha. Antes tinha uma média de G-8. Não estava uma maravilha, mas estava na briga. No início do segundo turno, o time já vinha de derrotas (Londrina e Remo). Depois caiu de 1,5 por jogo (50% dos pontos possíveis) para um ponto por jogo (33% no returno). Ao invés de acelerar, o Vasco freou. Hoje, com seis pontos em seis jogos no segundo turno, o Vasco tem média de rebaixado – alertou o matemático.

Vasco evoluiu desde as chegas de Nenê (foto) e Diniz, mas ainda não venceu  — Foto: André Durão

Vasco evoluiu desde as chegas de Nenê (foto) e Diniz, mas ainda não venceu — Foto: André Durão

Nos últimos dois jogos, desde as chegadas de Fernando Diniz e Nenê, o Vasco teve atuações melhores e deixou a vitória escapar, nas duas oportunidades, nos acréscimos. Agora não tem outra receita. É vencer ou vencer e se apegar ao imponderável. O que não faltam são exemplos.

– A Serie B é muito menos previsível em termos de regularidade do que a Série A. O Náutico é um exemplo. Era o melhor time, teve uma grande arrancada, liderou e depois caiu muito. Uma vez o São Caetano fez 71 pontos (2012) e não subiu. É um campeonato imprevisível – concluiu Tristão.

Nas outras vezes que disputou a Série B, o Vasco subiu com 76 pontos em 2009 (campeão); 63 pontos em 2014 (3º lugar); 65 pontos em 2016 (3º lugar). (Globo Esporte)