Representantes de alguns dos principais clubes do mundo – entre eles Liverpool, Juventus e Barcelona – estiveram recentemente na sede da Fifa, em Zurique, para discutir a participação dos times europeus na primeira edição do renovado Mundial de Clubes, a ser disputado em 2021, na China. O torneio está no centro de uma crise diplomática que deixou de um lado a Fifa e do outro a aliança entre Conmebol e Uefa.

Segundo uma reportagem publicada nesta semana pelo jornal “The New York Times”, os clubes europeus (por meio da ECA, sua associação) querem ser sócios da Fifa no torneio. Eles querem receber maior que a destinada a times de outros continentes, além de aumentar para 12 o número de vagas destinadas à Europa, quatro a mais do que no formato inicialmente previsto.

Sede da Fifa — Foto: AFP

Sede da Fifa — Foto: AFP

Após a reunião com a ECA, a Fifa contratou uma empresa de consultoria financeira especializada em fechar grandes negócios nas áreas do esporte e do entretenimento. A motivação para isso é fazer com que o torneio consiga US$ 1 bilhão (cerca de R$ 4,4 bilhões) para bancar todos os custos do torneio, incluindo aí o aumento na premiação aos europeus.

Gianni Infantino, presidente da Fifa, quer que o Mundial de Clubes tenha a importância da Copa do Mundo de seleções, o que ameaçaria o “status” da Liga dos Campeões da Uefa, hoje o torneio de clubes mais importante do mundo. Este é um dos motivos para as recentes tensões entre Fifa e Uefa.

Ao mesmo tempo, a Fifa também discorda da Conmebol sobre os critérios de classificação para o Mundial de Clubes, como o GloboEsporte.com revelou no final do ano passado. A Fifa quer mais times classificados via Copa Libertadores, enquanto a Conmebol quer prestigiar os campeões da Copa Sul-Americana.

Nas últimas semanas, Conmebol e Uefa se aproximaram, e passaram até a estudar a possibilidade de um minitorneio de seleções a ser disputado em março de 2022. Na semana passada, a Fifa cancelou uma reunião de Conselho que seria realizada em Assunção, no Paraguai. A Conmebol entendeu essa decisão como retaliação, e reclamou de “discriminação” por parte da Fifa. (Globo Esporte)