Os réus Gustavo Henrique Nilson Albues e Jhony Marlon Camargo de Souza, responsáveis por espancar um mecânico dentro de uma oficina para cobrar uma dívida e gravar o ato, em dezembro do ano passado, foram condenados, na última quarta-feira (14) a 7 anos de prisão em regime semi aberto.

Gustavo Henrique foi condenado a 7 anos e quatro meses e Jhony Marlon foi condenado a 7 anos e oito meses de reclusão pelos crimes de tortura e roubo contra o mecânico João Paulo Andrade da Costa.

O crime aconteceu no dia 3 de dezembro de 2020. O vídeo gravado viralizou nas redes sociais. As imagens, que mostram Gustavo Henrique espancando João Paulo, foram gravadas por Jhony, que também fazia ameaças enquanto filmava.

No vídeo, Gustavo aparece bebendo uma cerveja e dá socos e tapas na vítima.

Além disso, faz ameaças e chega a quebrar uma garrafa na cabeça do rapaz. A vítima não reagiu em nenhum momento. O fato só chegou até a polícia após as imagens serem compartilhadas em grupos na internet.

De acordo com a decisão, depois de gravar o primeiro vídeo, os agressores voltaram outras duas vezes até a oficina para torturar o mecânico. Gustavo fez outro vídeo agredindo, mas, dessa vez, em forma de selfie, segurando o celular com uma mão e batendo com a outra.

Ele pediu para João Paulo tirar uma peça de um carro que estava sendo consertado e também pediu o ar condicionado do escritório da oficina. Mas, segundo a vítima, João Paulo não teve tempo de retirar o aparelho, pois Gustavo começou a bater nele novamente.

Na terceira vez, uma mulher desceu do carro em que os dois chegaram e pediu para que parassem de bater na vítima.

O mecânico relatou que ficou em uma situação muito difícil depois do acontecimento porque teve que fechar a oficina e que depois do acontecido, ninguém mais procurou o local.

A juíza Anna Paula Gomes de Freitas afirma no processo que as autorias dos crimes foram comprovadas com a finalidade de obter confissão de dívida.

“Mesmo após ter tudo êxito na obtenção da confissão, não pararam as agressões, mesmo diante do fato de a vítima ter oferecido bens para serem levados como pagamento da dívida”, diz trecho.

A vítima

As imagens viralizaram em dezembro do ano passado. Quase 10 dias após as agressões, o mecânico disse que ainda sentia dores no corpo e na cabeça.

O mecânico confirma a dívida.

“[A agressão foi] por um serviço que eu devia. Mas foi feito com as minhas peças então, se ele tivesse boa-fé, saberia que eu não estava devendo. Era um valor de R$ 1,2 mil. Na hora eu fiquei apavorado”, lembrou o mecânico.