Uma deformação que afeta o osso esterno, da região peitoral, o pectus é conhecido popularmente como “peito de pombo” ou “peito de sapateiro”. A anomalia surge em crianças e adolescentes durante a fase de crescimento. A correção do problema só é possível por meio de cirurgia, e agora Mato Grosso conta com um novo procedimento que permite a reparação do problema em uma única intervenção.

O médico Humberto Alves de Oliveira, que é cirurgião torácico referência no procedimento no Brasil, esteve no Hospital São Mateus em Cuiabá para auxiliar na realização da primeira cirurgia de correção de pectus com o uso de um enxerto biológico multifuncional, que é tecnologia brasileira.

“Na cirurgia convencional era utilizada uma barra de aço, que depois de três anos, era necessária uma outra cirurgia para retirá-la. Com o material biocompatível não é mais preciso fazer uma nova cirurgia”, explica o cirurgião.

O médico Marcelo Borges, que é cirurgião torácico no Hospital São Mateus, em Cuiabá, defende as vantagens da nova técnica e a possibilidade dos pacientes realizarem a cirurgia em Mato Grosso.

“Muitos pacientes acabam procurando outros centros para realizar o tratamento, uma vez que essas tecnologias não tinham sido implementadas no nosso Estado. Agora estamos conseguindo realizar essa cirurgia aqui em Mato Grosso, dando conforto, comodidade, sem que o paciente precise buscar outra cidade e ter um custo a mais. Também permite ficar mais perto da família, o que garante mais comodidade e o ajuda na recuperação”, explica.

A médica Larissa Lara Galvão de Morais, que faz parte da equipe de cirurgiões torácicos do Hospital São Mateus, que é chefiada pelo médico Geraldo Messias Santos Silva, reforça que a novidade é um ganho para os pacientes. “A inovação traz ganhos aos pacientes e a nossa equipe, e sem dúvidas é um avanço importante, já que oferece uma solução mais eficaz”.

Uma das responsáveis pela organização e realização da cirurgia, a enfermeira Thaisa Santos, que atua como diretora comercial de uma empresa de materiais para cirurgia há 10 anos, explica a importância da nova técnica.

“Sempre estou em busca de novas tecnologias para benefício do paciente. Hoje esse material para cirurgia de correção de pectus tem um avanço muito grande, porque o enxerto induz à regeneração óssea, diferente da barra de Nuss, que é de aço ou titânio, razão pela qual tinha que ser retirada depois de um tempo”.

Dentre as principais vantagens da nova tecnologia está o período pós-cirúrgico. “Essa técnica é menos dolorosa se comparada com as outras. Após a cirurgia, depois de três meses o paciente já pode voltar a realizar atividade física. Dependendo do trabalho, com 20 dias já é possível o retorno. Só precisa evitar atividades com impacto, após esse período estimulamos a prática de atividade física, e a natação é a melhor neste sentido por moldar a caixa toráxica”, pontua o médico Humberto de Oliveira.