A ciência e o fomento à pesquisa são temas com grande relevância para o país, e que as vezes ficam um pouco esquecidos no processo eleitoral. É impossível se falar em transformações sociais, mudanças econômicas, inovação, geração de oportunidades e desenvolvimento humano sem se falar em pesquisa científica. No mundo do século 21, investir em ciência é o melhor caminho para garantir a competitividade e possibilidades de desenvolvimento, social e econômico, no presente e no futuro.

O Brasil é um país que já deu ao mundo grandes invenções, entre elas uma das mais importantes do século XX, o avião. O espírito inovador que buscava voar longe, até hoje mantem o Brasil como um dos produtores globais de aeronaves por meio da Embraer. Foi a ciência que permitiu a adaptação de diversas espécies que fizeram do agronegócio brasileiro um campeão mundial.

Também foi o Brasil o país a desbravar o interior do planeta e encontrar e viabilizar a extração de petróleo em águas profundas e nas camadas do pré-sal, fato até então inédito em âmbito global. Outras grandes invenções e tecnologias foram feitas por brasileiras e brasileiros ao longo do tempo e ajudaram a transformar o país e o mundo.

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Porém muito mais precisa ser feito. O Brasil poderia estar também na corrida espacial, seguindo o caminho de Índia e China, que conseguem construir e lançar seus próprios satélites. Poderíamos estar produzindo carros, celulares, computadores e muitas outras tecnologias. Poderíamos ter produção de remédios, insumos para produção agrícola entre muitos outros itens que hoje são importados. Poderíamos pesquisar nossa rica biodiversidade para encontrar soluções para doenças. Mas para que essas pesquisas aconteçam é preciso financiamento a ciência. Mas quem poderia nos salvar, de onde os investimentos poderiam vir?

Claro que recurso internacionais devem sim ser articulados por meio de redes de cooperação e fundos específicos, em especial, para a Amazonia legal, que é uma área de interesse global. As empresas podem contribuir muito para o desenvolvimento científico e tecnológico do país, mas para isso, precisam que existem leis de incentivos fiscais ou mesmo obrigações legais de investimentos mínimos. O Brasil tem caminhado na contramão disso, reduzindo fundos e recursos destinados a ciência. E não só em relação as obrigações legais de empresas, mas também os próprios investimentos públicos no setor. E sim, os investimentos públicos são fundamentais ou você acha que a Nasa nos Estados Unidos é uma empresa privada?

No mundo todo a ciência possui como principal motor o fomento governamental e de forma secundária o investimento empresarial. Isso acontece porquehá muito tempo já se descobriu que o desenvolvimento de ciência é um fator fundamental na autonomiae posição global de um país, possuindo relação direta com o desenvolvimento econômico e social de cada nação. A conta é simples, ou produzimos as tecnologias no Brasile lucramos com isso, ou iremos importar e pagar os royalties para quem produziu.

Neste ano de 2022, precisamos observar no processo eleitoral quem são os candidatos que possuem compromisso com o desenvolvimento científico e tecnológico país. Quem são as pessoas que buscarão no congresso fortalecer as políticas setoriais relacionadas ao fomento da ciência e o fortalecimento das instituições de pesquisa? Precisamos de pessoas que pensem o país, que pensem o futuro, que construam o futuro. Precisamos ter a ciência e tecnologia como uma das pautas prioritárias, pois ela é capaz de transformar o Brasil e assegurar emprego, renda, saúde, educação entre muitas outras necessidades do nosso povo.

 

 

*CAIUBI EMAUEL SOUZA KUHN   é conselheiro do Crea-MT ; professor da Faculdade  de Engenharia da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT); geólogo, especialista em Gestão Pública (UFMT), mestre em Geociências (UFMT).

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