A bactéria UTEX 3222, apelidada Chonkus pelos pesquisadores que a descobriram, pode ter a combinação ideal de características para ajudar na luta contra a mudança climática. A descoberta foi descrita em estudo publicado em 29 de outubro no periódico Applied and Environmental Microbiology.
A Chonkus foi descoberta nas águas rasas da costa da ilha de Vulcano, na Itália, onde os lençóis freáticos ricos em gás vulcânico escoam para o mar. O microbiologista Max Schubert e seus colegas do Instituto Wyss da Universidade de Harvard já suspeitavam que este solo fértil seria ideal para encontrar micróbios fotossintetizantes que consumem carbono.
Eles estavam corretos: a água coletada nesses escoamentos continha uma cepa mutante da Synechococcus elongatus, uma espécie de bactéria fotossintetizante que é a base da cadeia alimentar oceânica ao redor do mundo. Para Schubert, a Chonkus pode ser fundamental na luta contra a crise climática.
Bactéria mutante
A S. elongatus está entre os organismos de laboratório favoritos de cientistas por crescer rapidamente e ser resistente aos agentes estressores. De acordo com a pesquisa, a nova mutante Chonkus é uma versão ainda mais poderosa dela. Quando a cepa foi cultivada no laboratório, suas células individuais eram maiores do que outras cianobactérias que crescem rápido, formando grandes colônias.
Observou-se que a Chonkus continha mais carbono do que outras cepas da S. elongatus, aparentemente armazenadas nos grãos brancos dentro de suas células. A análise revelou ainda que a cepa era pesada: quando colocada em um tubo de teste, a cianobactéria rapidamente afundou, formando um lodo espesso.
Esses aspectos fazem com que a Chonkus seja eficaz na captura de carbono de forma particular. Os cientistas concluíram que a mutante pode ter a capacidade de absorver mais carbono do que as cianobactérias comuns do oceano e, ao mesmo tempo, afundar rapidamente, sugerindo que poderia absorver carbono da atmosfera rapidamente.
(Redação Galileu)