O técnico venezuelano Cesar Farias decidiu treinar o Botafogo depois das duas rodadas das eliminatórias e apresentou esta proposta ao clube, mesmo sem liberação da Federação Boliviana. O problema é que, depois da eliminação da Copa do Brasil, a direção alvinegra não sabe se vai ou não esperar. Os dez dias podem custar seis pontos, de partidas contra o Bahia, em Salvador e Bragantino, no Rio de Janeiro.
O Botafogo tem um plano B. A única pista é de se tratar de um técnico empregado, o que leva a crer em Juan Pablo Vojvoda, do Unión La Calera, do Chile. Não há confirmação do plano B. Vojvoda é querido por botafoguenses que se manifestam nas redes sociais e era o treinador do Talleres, que eliminou o São Paulo da Libertadores de 2019.
Por mais maluca que pareça a ideia de Cesar Farias, a direção alvinegra apresenta argumentos. A primeira conversa foi com Roger Machado, que deixou claro só pretender assumir algum clube depois do Campeonato Brasileiro. Só para iniciar a próxima temporada. Assim, a diretoria entende que não há um bom técnico no Brasil desempregado e por valor inferior ao que Farias cobrará.
Hoje, ele recebe em torno de US$ 800 mil anuais para dirigir a seleção boliviana. Receberá menos do que isso no Botafogo. Além disso, tem experiência de trabalhar com elencos aparentemente sem expressão. Pela Venezuela, venceu o Brasil em 2008 com um time em que surgiam talentos — padrão Venezuela — como Tomás Rincón, mais tarde da Juventus, Guerra, hoje no Palmeiras, e o atacante Rondón.
A ideia é ter alguém que balance o vestiário do Botafogo. Se Farias, ou Vojvoda, assumir o alvinegro, será o sexto técnico nascido fora do Brasil na Série A. É recorde. Mas em 68% das edições de Campeonatos Brasileiros, desde 1971, houve treinadores estrangeiros. (Globo Esporte)