O Centro Estadual de Odontologia para Pacientes Especiais (Ceope), da Secretaria de Estado de Saúde (SES), atendeu 25 pacientes no 2º Mutirão para Avaliação Odontológica pré-transplante renal, no último sábado (14.6). Essa análise é pré-requisito obrigatório para a realização da cirurgia e contou com o trabalho de 36 servidores da unidade.

Os pacientes atendidos no mutirão foram previamente regulados pela Central de Regulação e aguardam na fila para o transplante. Ao todo, nove usuários foram considerados aptos pela condição bucal para passarem pela cirurgia e os demais terão que agendar algum tratamento odontológico no ambulatório.

Foram realizados primeira consulta odontológica, adequação do comportamento da pessoa com deficiência, orientação de higiene bucal, restauração de dente permanente posterior com resina composta, escovação supervisionada, aplicação tópica de flúor, profilaxia e remoção de placa, e solicitação de exames complementares.

A diretora do Ceope, Martha Aquilino Pereira, explicou que os pacientes com insuficiência renal crônica têm baixa imunidade por causa do uso de medicamentos, do quadro clínico e do tratamento propriamente dito.

“Toda e qualquer infecção, inclusive bucal, apresenta maior risco nesse grupo de pacientes. Por isso, os cuidados com a saúde bucal são parte essencial da preparação para o transplante de órgãos e tecidos”, disse.

Crédito: Ilza Rosa de Paula e Silva | Ceope

Segundo a diretora, a unidade precisa dar uma atenção especial aos pacientes que usam próteses dentárias, pois a falta de higienização adequada pode causar infecções fúngicas, que são mais agressivas nos pacientes imunossuprimidos. “Os cirurgiões-dentistas e os pacientes em tratamento também devem ficar atentos para observar a ocorrência de sangramento”, afirmou.

A gerente técnica Ilza Rosa de Paula e Silva informou que pacientes submetidos à hemodiálise muitas vezes não sabem da real importância do cuidado com a saúde bucal. “Casos de infecção podem comprometer o sucesso do transplante por causa da mudança de localização de microrganismos”, destacou.

Crédito: Ilza Rosa de Paula e Silva | Ceope

Em fevereiro, o primeiro mutirão pré-transplante renal do ambulatório atendeu 13 pacientes e três foram liberados para a realização do transplante.

De acordo com a coordenadora da Central Estadual de Transplantes, Anita Ricarda da Silva, o mutirão do Ceope é fundamental para dar mais celeridade aos transplantes renais no Estado. “Desta forma, os pacientes estarão aptos para serem inscritos na fila de espera para transplante e, assim que o paciente for contemplado com um órgão compatível, ele poderá ser transplantado. A Central Estadual cuida dos pacientes antes, durante e depois do transplante, para que tudo seja realizado com muita segurança e eficiência”, explicou.