A CBF recorreu ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) para tentar derrubar uma decisão que indicou dois interventores – Rodolfo Landim, presidente do Flamengo, e Reinaldo Carneiro Bastos, presidente da Federação Paulista de Futebol – para comandar uma nova eleição na entidade. A decisão foi tomada pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro nesta terça-feira. Na noite de quarta-feira, a CBF apresentou um recurso ao STJ para tentar suspendê-la.
Trata-se de um novo capítulo de uma disputa que começou em julho deste ano, quando uma decisão do juiz Mario Cunha Olinto Filho, da 2ª Vara Cível da Barra da Tijuca, anulou a eleição de Rogério Caboclo, ocorrida em 2018. O juiz entendeu que as regras daquela eleição eram ilegais, por isso considerou seus efeitos nulos, e nomeou dois interventores para comandar a entidade por 30 dias.
Essa primeira decisão depois foi reformada pelo próprio juiz, que acatou um pedido do Ministério Público e determinou que Landim e Carneiro Bastos teriam ainda mais poderes do que apenas coordenar um novo processo eleitoral na entidade. Os dois também poderiam demitir toda a diretoria.
Landim e Reinaldo chegaram a entrar na CBF, acompanhados de uma Oficial de Justiça, para tomarem posse como interventores. E foram surpreendidas com uma nova decisão, do Tribunal de Justiça, que suspendia essa intervenção.
O Ministério Público, autor original da contestação à eleição de Rogério Caboclo, então recorreu novamente, e mais uma vez teve seus argumentos aceitos – agora pela 19ª Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. O STJ deve julgar o recurso apresentado pela CBF nos próximos dias.
Crise na CBF
A CBF atravessa uma das maiores crises da sua história. Em 6 de junho, Rogério Caboclo foi afastado da presidência da entidade pela Comissão de Ética do Futebol. A decisão ocorreu dois dias depois de o ge revelar que uma funcionária da entidade o acusou de assédio sexual e assédio moral. Ele nega as acusações.
Rogério Caboclo — Foto: Lucas Figueiredo/CBF
Caboclo foi punido pela Assembleia da CBF por 21 meses de suspensão por assédio sexual a uma funcionária. Neste mês, a Comissão de Ética recomendou uma nova punição ao dirigente de 20 meses por um processo aberto pelo diretor de tecnologia da CBF, Fernando França. O caso será apreciado pela Assembleia Geral em dezembro e deve resultar em nova punição ao cartola.
Na Comissão de Ética, Caboclo responde a outros dois processos abertos por outras funcionárias por assédio sexual. (GE)