O Campeonato Brasileiro das séries A, B, C e D pode ter uma nova fórmula de disputa, dependendo do desenrolar da pandemia do coronavírus pelo país. A revelação foi feita nesta quinta-feira pela presidente da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Michelle Ramalho, que participou de reunião com o comandante da CBF, Rogério Caboclo, e dirigentes de outras federações, no começo da semana.
– Rogério Caboclo poderá convocar um novo arbitral e poderá mudar o formato, caso essa onda do vírus venha a se alargar. Com certeza alguém vai ter que espremer seu campeonato. E antes eles (o Brasileirão) do que os estaduais. Desde já o presidente está de parabéns. Muitos achavam que era intenção da CBF espremer os estaduais ou até mesmo, como temos visto pela imprensa, as fake news afirmando que iria se repetir o resultado do ano passado. Eu já nego essa afirmação. Escutei da boca do presidente.
Michelle Ramalho fez revelação após reunião com Rogério Caboclo — Foto: Cisco Nobre/GloboEsporte.com
Michelle Ramalho garante que a intenção da CBF é fazer as competições nacionais com fórmulas mais enxutas para dar a oportunidade de terminar os campeonatos estaduais se a pandemia do novo coronavírus persistir no Brasil.
– Pode ter certeza que ainda vamos ter futebol neste ano. Vamos terminar os estaduais, independentemente de qualquer coisa. Agora o tempo vai depender realmente da situação do Brasil diante desse vírus.
Prioridade de Rogério Caboclo é concluir os estaduais, segundo Michelle Ramalho — Foto: Divulgação/FPF
Quem também falou sobre o assunto foi o secretário-geral da CBF, Walter Feldman. O dirigente seguiu uma linha diferente da adota pela presidente da Federação Paraibana de Futebol e garantiu que, pelo menos por enquanto, não será considerada uma mudança no calendário.
– O presidente Rogério Caboclo tem o costume de chamar os diretores, conversar com os clubes, tem uma relação boa com a Conmebol e Fifa. Ele diz uma frase pragmática: “A mudança do calendário não pode ser objeto de uma oportunidade, tem que ser de convicção”. Não será por conta da crise que vamos mudá-lo radicalmente – argumentou Walter Feldman.
Walter Feldman é o secretário-geral da CBF — Foto: Lucas Figueiredo/CBF
– Não são apenas os clubes prejudicados. São as federações, os jogadores, as famílias, os ambulantes. É uma situação muito difícil. Estamos muito preocupados com os clubes. O Governo tem um incentivo ao esporte, e vamos tentar deliberar com o governador (João Azevêdo) para tentar ver se pode ajudar os clubes neste momento tão difícil. São várias as famílias que agora se encontram praticamente desempregadas – finalizou.
As quatro séries do Campeonato Brasileiro têm início previsto para o primeiro fim de semana de maio. Os inícios das séries B e D estão marcados para o dia 2, um sábado, enquanto que a A e a C para o dia 3, domingo. (Globo Esporte)