Na primeira entrevista como novo técnico do Guarani, Ricardo Catalá, ex-Mirassol, enfatizou que o estilo de jogo que vai implementar depende da característica dos jogadores, evitando comparações com o antecessor Thiago Carpini.

– Penso que o estilo é construído pela característica dos jogadores, aproveitando o que eles têm de melhor a oferecer. A identidade será pertencente a esse grupo de atletas, não a mim. Meu trabalho é potencializar o desempenho deles e mostrar o caminho.

Ele também falou sobre a situação do Bugre na Série B do Campeonato Brasileiro e os objetivos para a sequência da temporada.

Catalá, eleito o melhor treinador do Campeonato Paulista ao lado de Vanderlei Luxemburgo pelo trabalho com o semifinalista Mirassol, assume com o Guarani à beira da zona de rebaixamento na Série B. São cinco derrotas em seis rodadas, com três pontos em 18 possíveis.

– Todos os clubes onde eu pude ter o privilégio de trabalhar são desafios grandes. A maneira como encaro a minha carreira é que faz o desafio grande. O objetivo sempre vai ser vencer, colocar o Guarani no topo da tabela, mas não podemos percorrer cinco, seis posições em uma rodada. Isso vai ser com o tempo.

Atualização: o treinador já vai comandar a atividade da tarde deste domingo e depende da documentação para estrear nesta segunda-feira, contra o Oeste, às 20h, no Brinco de Ouro. Neste primeiro momento, ele pretende aproveitar o trabalho de Carpini com correções pontuais para depois começar a inserir suas ideias de jogo.

– É impossível implementar uma filosofia em um treinamento. Vamos aproveitar algumas coisas do trabalho realizado até aqui, colocar algumas situações pontuais que já podem agregar para o próximo jogo.

Catalá em sua primeira entrevista como técnico do Guarani  — Foto: David Oliveira/Guarani FC

Catalá em sua primeira entrevista como técnico do Guarani — Foto: David Oliveira/Guarani FC

Depois de Carpini acusar um integrante do Conselho de Administração de tentar interferir no trabalho da comissão técnica, Catalá também deixou um recado sobre escalação:

– Já comentei sobre isso com os atletas. Quem se escala é ele mesmo, no dia a dia. O campo fala. Sempre foi assim, sempre vai ser. Não há como fugir desse tipo de caminho.

Veja outras declarações de Catalá na entrevista de apresentação:

Oportunidade no Guarani

– Penso que é um privilégio dirigir um time dessa grandeza, confio no trabalho dos atletas. Essa dificuldade de pegar uma competição em andamento sempre atrapalha, pela falta de tempo para construir ideias de maneira mais consolidada, mas espero que a gente consiga fazer isso acontecer em pouco tempo.

– O trabalho do treinador é buscar soluções para os problemas. Ficar lamentando situações não é inteligente. Vamos aproveitar o máximo os excelentes pontos de uma equipe organizada e potencializar isso para buscar as vitórias.

Necessidade de reforços

– Entendo que o grupo é qualificado. Sobre reforços, trataremos internamente, caso haja necessidade. Claro que um clube do tamanho do Guarani sempre estará de olho no mercado em busca de opções.

Pressão por resultados

– A instabilidade é algo inerente ao futebol, não dá para mudar essa essência de uma hora para outra. A manutenção do trabalho depende dos resultados, vamos trabalhar e nos dedicar ao máximo. Posso prometer ao torcedor que não vai faltar entrega.

Negociação

– A negociação começou sábado, depois de um jogo que participei pelo Mirassol. Tudo foi muito rápido. Conversamos, o projeto era interessante do ponto de vita esportivo. Nosso objetivo é fazer o time conseguir retomar o caminho das vitórias, e o campeonato vai te dizer onde pode chegar. Claro que um clube desse tamanho sempre pensa em estar no topo da tabela, e o topo da tabela nos aproxima de um acesso.

O que está errado no time?

– É impossível detectar uma situação estando fora do processo. Só depois de um tempo de trabalho, de conviver com os jogadores, poder escutar eles também, porque os jogadores te dão muitas respostas. Preciso construir uma rotina de trabalho.

Avaliação do elenco

– Todos atletas vão ter oportunidade de demonstrar potencial. O campo vai escalar, o campo vai falar. Demonstrando que são capazes, eles vão conquistar o espaço e tentar manter. A temporada é longa. O importante é que todos estejam focados com o objetivo do clube. (Globo Esporte)