Assombrada com casos de covid e gripe Influenza, a saúde em Mato Grosso volta a ficar em alerta. Desta vez, por causa da dengue. O Estado está entre os quatro estados brasileiros com as maiores taxas de incidência de dengue no país. Entre 2 de janeiro a 19 fevereiro deste ano, o Estado registrou 7.979 casos da doença, o que representa um aumento de 148,3% se comparado ao mesmo período de 2021.
Essas informações constam em boletim epidemiológico divulgado nesta semana pelo Ministério da Saúde (MS), que traz o monitoramento das arboviroses urbanas causadas por vírus transmitidos pelo mosquito Aedes aegypti.
Dentre os quatro sorotipos (1, 2, 3, 4), o levantamento mostra a prevalência do DENV-1 no território mato-grossense. O documento traz ainda números das ocorrências de chikungunya e zika, sendo que neste último caso, os dados vão de 2 janeiro até 12 de fevereiro. Segundo o órgão federal de saúde, o Estado apresenta a incidência de 223,7 casos de dengue por 100 mil habitantes, o que o deixa com a terceira maior taxa dentre as 27 unidades da federação. Em primeiro aparece o Tocantins com 640,0/100 mil, seguido de Goiás (340,2/100 mil). Também do centro-oeste, o Distrito Federal (192,0/100 mil) ocupa o quarto lugar.
Em 2021, o Estado contabilizou 26.903 casos e confirmou ao menos nove óbitos em decorrência da dengue. No país, ocorreram 90.335 casos prováveis de dengue, representando uma incidência de 42,3 casos por 100 mil brasileiros. Em comparação com o ano de 2021, houve um aumento de 43,2% de casos registrados para o mesmo período analisado.
No boletim, o MS reforça a importância da intensificação do controle dos criadouros do mosquito Aedes aegypti e a organização dos serviços de saúde para evitar o aumento expressivo de casos e óbitos. Orienta ainda a população para que se mantenha atenta e elimine os possíveis criadouros do mosquito.
Para isso é importante checar o quintal ou mesmo alguns locais do interior da casa para eliminar tudo aquilo que pode reter água, como garrafas, tampas, ralos e gaveta de geladeira; manter os reservatórios ou caixa d’água totalmente cobertos com telas ou capas e nunca descartar qualquer material nos terrenos baldios.
A população deve ainda receber os agentes de controle de endemias permitindo a visita interna e externa do imóvel. Em 2021, o trabalho dos agentes foi prejudicado por causa do isolamento social imposto como medida para tentar conter a doença.
Vale lembrar que todos os quatro sorotipos de dengue 1, 2, 3 e 4 podem produzir formas assintomáticas, brandas e graves, incluindo fatais. É importante procurar orientação médica ao surgirem os primeiros sintomas, pois as manifestações iniciais podem ser confundidas com outras enfermidades.
ZIKA E CHIKUNGUNYA – Neste ano, Mato Grosso registra 29 casos de chikungunya, o que corresponde a um aumento de 20,8% se comparado mesmas semanas do ano passado. A taxa de incidência do agravo é de 0,8 casos por 100 mil pessoas. Já quanto zika, são seis casos, representando uma queda de 80% em relação ao mesmo período de 2021 e uma incidência de 0,2/100 mil.