Dois dos sete suspeitos de terem agredido o meia Luan, do Corinthians, em um motel na zona oeste de São Paulo na madrugada da última terça-feira, estiveram entre os 12 torcedores alvinegros que ficaram presos em Oruro, na Bolívia, em 2013, após a morte de um garoto atingido por sinalizador que partiu da torcida corintiana num jogo da Libertadores daquele ano.
A morte do menino Kevin Espada, de 14 anos, foi em fevereiro daquele ano. Danilo Silva de Oliveira, um dos envolvidos nas agressões a Luan, ficou preso na Penitenciária de San Pedro, em Oruro, até junho de 2013 e foi liberado em um grupo de sete torcedores por falta de provas.
Outro envolvido nas agressões a Luan, Reginaldo Coelho, só foi liberado um mês depois com os outros quatro torcedores que restaram na cidade boliviana.
A identificação dos torcedores do Corinthians pela Polícia Civil de São Paulo se deu por meio de fotos publicadas por eles próprios em redes sociais.
Como está o caso Luan?
A Polícia Civil instaurou inquérito na quarta-feira para apurar as agressões e ameaças, depois de um dos amigos de Luan relatar em depoimento que um dos agressores portava arma de fogo.
Até o momento, Luan não prestou queixa à Polícia e deve se manter assim.
De acordo com as testemunhas, sete homens participaram das agressões e ameaçaram matar Luan. Quando o jogador e os amigos saíram do quarto e foram ao estacionamento do motel em busca de ajuda, havia mais pessoas no local, que teriam ofendido e ameaçado, mas não batido neles.
Os invasores teriam se identificado como membros da torcida organizada Gaviões da Fiel. O grupo ainda soltou fogos de artifício na área externa do motel.
A única manifestação do meia até o momento foi a publicação de uma foto, na qual ele mostra um calção ensanguentado junto da frase “não é só futebol”. Ele segue treinando separado do elenco alvinegro e tem contrato até o fim do ano.
Em nota, o Corinthians repudiou a “agressão covarde” contra o jogador e disse prestar assistência. (GE)