O Ministério Público da Espanha pediu nove anos de prisão para Daniel Alves, acusado de agressão sexual contra uma mulher de 23 anos em dezembro passado, em Barcelona. O órgão também demanda uma indenização de 150 mil euros (R$ 799 mil) para a vítima. As informações são da agência de notícias “EFE”.
Na semana passada, o Tribunal de Barcelona notificou as partes sobre o julgamento de Daniel Alves, oficializando o encerramento das investigações e dando cinco dias para a apresentação de acusação e defesa. A data da audiência ainda não foi definida.
O Ministério Público espanhol pediu uma pena dentro do veiculado pela imprensa espanhola, que vinha apontando de oito a dez anos de prisão. A defesa do jogador tentará a absolvição, alegando que as relações foram consensuais.
A Justiça impôs a Daniel Alves o pagamento de 150 mil euros (R$ 799 mil) à vítima caso seja condenado, a título de danos morais e psicológicos. O lateral, que teve três pedidos de liberdade negados, vai aguardar o julgamento na prisão onde está desde janeiro, nos arredores de Barcelona.
Entenda a acusação
Nos primeiros dias após a prisão do jogador, os principais jornais da Espanha – como “El País” e “El Mundo”, de Madri, e “El Periódico” de Barcelona – publicaram trechos do depoimento prestado à Justiça pela mulher que acusa Daniel Alves de estupro. O jogador está em prisão preventiva sem direito a fiança. Ele nega ter cometido o crime do qual é acusado.
De acordo com os relatos publicados pela imprensa espanhola, a vítima contou no depoimento que no dia 30 de dezembro de 2022 estava na boate Sutton, em Barcelona, quando o grupo do qual fazia parte recebeu um convite para entrar numa área VIP. Um garçom as levou até uma mesa onde estava Daniel Alves, a quem a vítima inicialmente não reconheceu. Um grupo de mexicanos, amigos do jogador, o apresentou à denunciante.
Segundo os jornais, a vítima relatou à Justiça que ela e Daniel Alves dançaram juntos até que o jogador “levou várias vezes a mão dela até seu pênis, que ela retirou assustada”. Por volta das 4h30 da madrugada, ele pediu a ela para segui-lo até uma porta. Assim que entraram, ela se deu conta que estava num banheiro. Ali teria ocorrido o crime.
Sempre de acordo com o depoimento da denunciante, ela teria tentado sair do banheiro, mas foi impedida. Daniel Alves a teria penetrado de maneira violenta até ejacular. Ele teria sido o primeiro a deixar o banheiro. Quando ela saiu, contou o que aconteceu a uma amiga.
Quando a segurança do local foi informada, o lateral já tinha deixado a boate. A vítima foi imediatamente fazer exames num hospital. Dois dias depois, ela fez a denúncia à polícia. O DNA de Daniel Alves foi encontrado nos testes feitos pela moça. Desde o início, a juíza do caso afirma que “há provas suficientes” para a condenação do jogador.
Segundo a imprensa espanhola, a previsão é que o julgamento ocorra entre o fim de 2023 e o início de 2024. Desde que foi preso, Daniel Alves teve três pedidos de liberdade provisórias negados, o último deles em junho. (GE)