Em uma entrevista coletiva, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, criticou as invasões de terra promovidas pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), no contexto do Abril Vermelho. Ele afirmou que as invasões de terras produtivas não são necessárias, já que o Governo “tem as portas abertas para o MST dialogar e reivindicar um pedaço de terra.”
“O programa de apoio à reforma agrária, no Governo do presidente Lula, tem as portas abertas. Não se faz necessário através de movimentos radicais, através de invasão de terra produtiva. Até porque tem lei que proíbe isso. Terra invadida não é passível de reforma agrária. Tem lei. A Justiça manda fazer a reintegração, o Estado cumpre e acabou […] Este é um Governo que tem as portas abertas para o MST dialogar e reivindicar um pedaço de terra. Invasão, não”, disse.
Carlos Fávaro também defendeu que o homem do campo tenha direito a manter “uma ou duas armas” em sua propriedade, para fazer a “primeira defesa”.
“Ele está a 50, cem quilômetros da cidade. Se ele ligar no 190, dá tempo de o bandido barbarizar, fazer o que quiser dentro da propriedade. Roubar, bater, espancar e não chegou a polícia ainda. Então, se a criminalidade tiver a certeza de que lá no campo não tem nenhuma arma, a vulnerabilidade é certa, e o risco do homem do campo é iminente […] O homem do campo vai continuar tendo direito de ter uma arma, duas e um pouco de munição. Mais do que isso é exagero”, afirmou.
Na ultima segunda-feira (3), o MST deu início ao Abril Vermelho, como é chamada a jornada anual do movimento pela reforma agrária, ocupando 800 hectares de terras no município de Timbaúba na Mata Norte, em Pernambuco. Em contrapartida, a bancada do agronegócio lançou a “Semana de combate à invasão de propriedade rural”.