O ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSB), que é candidato à vice na chapa do ex-presidente Lula, defendeu a construção da Ferrogrão como forma de integrar a infraestrutura logística de Mato Grosso e melhorar o escoamento da produção. Segundo ele, a obra geraria mais emprego e distribuição de renda no Estado.

“Dentro do porto de Miritituba, lá no rio Tapajós, já sai direto para o rio Amazonas e para o Norte do Mundo. A maioria das exportações do agro brasileiro é para o Norte do Mundo. Isso é o que eu chamo de agenda de competitividade”, disse Alckmin em entrevista à rádio Capital, nesta segunda-feira (19).

A Ferrogrão é uma ferrovia federal, com 933 km de extensão, que ligará o Município de Sinop (505 km ao norte de Cuiabá) ao porto de Miritituba (PA), permitindo o escoamento da produção mato-grossense.

Hoje, essa logística é feita através da BR-163, palco dos piores e frequentes acidentes rodoviários no Estado.

“Mato Grosso […] está distante do mar, então é preciso melhorar o sistema de logística e infraestrutura, integrando os modais rodoviário, ferroviário e hidroviário […] Isso reduz o custo Brasil, estimula a produção, cresce e gera mais emprego e renda. É o crescimento inclusivo. Salário mínimo valorizado, ganho real. Tendo mais emprego você melhora a renda da população, crescimento com estabilidade, não deixa a inflação voltar”.

Alckmin afirmou que a ferrovia atuaria como aliada da economia sustentável, ao preservar o meio ambiente. Além disso, o ex-governador defendeu a implementação de indústrias no Estado para complementar o agro, citando a produção de biocombustíveis.

“O que vejo que pode ajudar a melhorar a produção é contratar mais gente, agregar valor, você ter uma indústria também que seja importante. […] faz etanol, e as usinas geram emprego”.

O projeto da Ferrogrão está paralisado desde março de 2021, quando o Psol ingressou no Supremo Tribunal Federal (STF) com um Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin), requerendo a suspensão da Lei 13.452/2021, que alterava os limites do Parque Nacional do Jamanxim, no Pará, além da construção da ferrovia, que teria parte do traçado cortando a unidade de conservação.

A ação foi acolhida pelo STF e está com relatoria do ministro Alexandre de Moraes. A previsão é de que seja colocada em pauta para julgamento somente após as eleições de 2022.

Fonte: MidiaNews