Rede Globo de um lado, Flamengo do outro. Uma briga que ocorre desde o final do ano passado, quando não houve o acerto entre as partes no que se refere a direitos de transmissão do Campeonato Carioca da atual temporada e que ganhou um novo capítulo na última quarta-feira. A emissora entrou na Justiça com a intenção de, após medida provisória publicada pelo presidente Jair Bolsonaro, impedir o clube de passar suas partidas de forma independente. E isso pode ter reflexo nos demais participantes da competição.
A Globo, como detalha matéria do blog do Rodrigo Mattos, alega que a MP, que garante ao time mandante o chamado direito de arena, é inconstitucional e fere acordos prévios. Segundo a empresa, todos os outros 11 clubes negociaram de boa fé, ou seja, permitir que o Fla transmita seus compromissos (e ganhe com isso) “será premiar a má-fé e a manobra de esperteza”. Com isso, existe a ameaça até de rompimento do acordo. “É preciso ter bem claro que, a prevalecer a manobra do Flamengo, em frontal violação aos contratos já celebrados, a autora reavaliará a conveniência de manutenção dos contratos já celebrados e a possibilidade de interrupção de todos os pagamentos ainda pendentes de acordo com esses contratos, em prejuízo de todas as partes envolvidas.”
Até o momento, a Globo repassou parte do dinheiro relativo à transmissão do Estadual de 2020. O pagamento, a princípio, será retomado com o natural reinício da competição, e boa parte só cairá nos cofres depois dos clubes depois de uma eventual final. A Ferj prefere não se meter no assunto. “Trata-se de uma disputa judicial da qual a Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro não é parte”, diz comunicado. Já o Vasco da Gama foi taxativo. “O Vasco não concorda, de forma alguma, em ser penalizado por ação de terceiros. A Rede Globo assumiu fazer um contrato pelos direitos de transmissão do Campeonato Carioca sem que o Flamengo estivesse envolvido no mesmo, assumindo o risco de tratar este clube de forma diferente”, destacou. Na comparação com o ano passado, o valor pago pela emissora já caiu de R$ 127 milhões para R$ 95 milhões. Isso em função da não presença do Mengão no acordo, algo já previsto na negociação e que contou com o aval, também, de Fluminense e Botafogo. Internamente, a empresa ainda avalia se realmente existe brecha jurídica para por fim ao contrato sem ônus. (Globo/90 Minutos)