Era preciso ser intenso desde o início, e o Brasil cumpriu a exigência à risca. Mas, diante da forte equipe do Canadá, alguns erros cobraram o preço. A seleção de José Neto esteve perto de voltar à final da Copa América depois de oito anos, mas pecou pela falta de precisão no ataque. Ao cair de rendimento na reta final, perdeu por 66 a 58 na semifinal em San Juan e vai buscar o bronze neste domingo.
Atual bicampeão, o Canadá chegou invicto à semifinal depois da fase de classificação. O Brasil, que não conquista o título desde 2011, tinha como missão dar mais um passo em seu processo de reconstrução no cenário mundial. Por pouco, não conseguiu. Neste domingo, às 18h30 (horário de Brasília), encara o perdedor de Estados Unidos e Porto Rico em busca do bronze. Depois, às 21h, as canadenses vão atrás do ouro. O SporTV2 transmite as duas partidas ao vivo.
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Brasil Canadá Copa do Mundo basquete — Foto: Divulgação
Apesar de toda a luta, faltou calibrar a mão. O Brasil teve um aproveitamento de apenas 23% nas bolas de três (cinco em 21 tentativas), e 41% nos lances livres (sete em 17). Ainda assim, flertou com a vitória durante boa parte do jogo graças ao talento de seu trio de pivôs. Damiris, com 16 pontos, cresceu durante a partida e saiu de quadra como a cestinha da equipe. Clarissa, com 14 pontos e sete rebotes, e Érika, com oito pontos e nove rebotes, foram os destaques da partida. Pelo Canadá, Shay Colley, com 23 pontos, desequilibrou.
Muita luta, pouca eficiência
Diante da forte equipe do Canadá, a seleção de José Neto impôs uma marcação forte e uma transição rápida desde o início. As canadenses saíram na frente, mas sem disparar. Clarissa, inspirada, fez o Brasil tomar a dianteira pela primeira vez com 9 a 8 no placar. Só que a eficiência na defesa não se repetia no ataque. A equipe brasileira desperdiçou posses de bola em sequência, e o Canadá terminou o primeiro quarto à frente, com 15 a 11.
Na volta à quadra, os erros aumentaram, e o Canadá aproveitou para ampliar a diferença para 20 a 14. Os arremessos de três cismavam em não cair, e o Canadá baseava seu jogo na alta e talentosa Kayla Alexander. O Brasil conseguia se manter na cola na marra e no talento de Clarissa. Foi a pivô brasileira quem liderou o time de José Neto em quadra até cometer a terceira falta e ser poupada. Mas, ainda assim, a seleção cresceu e cortou a diferença ponto a ponto. No fim, a tal bola de três finalmente caiu, com Patty, e o Brasil foi para o intervalo à frente no placar: 28 a 26.
O Brasil aumentou o ritmo na volta à quadra e ampliou a vantagem para seis pontos (32 a 26). Mas o Canadá chegou ao empate com duas bolas de três em sequência de Bridget Carleton. O Canadá chegou a tomar a dianteira, mas o Brasil reagiu com uma bola de três de Damiris, abrindo 37 a 36. O jogo seguiu intenso. Na reta final do terceiro quarto, Érika, outra gigante em quadra, fez a diferença aumentar para 45 a 41. O Canadá ainda marcou mais dois pontos e teve a chance de empatar o placar no último segundo, mas um toco de Érika manteve o Brasil à frente.
O Canadá tomou mais uma vez a dianteira no início do último quarto. Só que Débora, com uma bola de três, recolocou o Brasil com a vantagem (48 a 47). O jogo seguiu tenso. O time brasileiro seguiu errando muito no ataque, permitindo que o Canadá retomasse a dianteira. A pouco mais de dois minutos do fim, as rivais venciam por 56 a 53.
O Brasil chegou a diminuir a diferença para apenas um ponto. Mas foi quando tudo desandou. As bolas pararam de cair de vez, e a defesa já não funcionou mais. A vantagem canadense só aumentou. No fim, uma bola de três de Patty não adiantou muito: 66 a 58.