Com o principal objetivo da temporada já alcançado, o Botafogo começa a se movimentar para planejar o ano de 2022. As decisões finais ficam para depois da Série B, já que a meta agora passou a ser o título, mas o clube já definiu a estratégia para a montagem do elenco que disputará a Série A na próxima temporada. O foco é manter como base o grupo que conquistou o acesso e fazer contratações pontuais.
Jogadores que tiveram destaque na disputa da Série B devem permanecer, pelo menos é esse o desejo do Botafogo, que vai enfrentar a concorrência do mercado em alguns casos. As conversas por renovações já estão em andamento e algumas estão perto da definição, mas as negociações vão seguir ao fim da competição. Dois acordos foram concluídos nas últimas semanas: o lateral-direito Daniel Borges e o lateral-esquerdo Hugo já acertaram a permanência. O treinador Enderson Moreira também deve ficar.
Dos jogadores que tiveram papel importante na campanha do acesso, sete têm vínculos se encerrando ao fim da temporada: Gilvan, Barreto, Luis Oyama, Pedro Castro, Marco Antonio, Warley e Rafael Navarro. O caso do centroavante é o mais complicado, já que o Botafogo tenta a renovação desde o primeiro semestre e ainda não chegou a um acordo.
A última cartada do departamento de futebol será uma proposta um pouco além da realidade financeira, visando as receitas maiores que o clube terá com a volta à Série A. A excelente performance de Navarro em 2021 faz o Botafogo crer que o centroavante manterá o alto nível na próxima temporada. Outro argumento para convencer o jovem são os apelos da torcida, que não poupa elogios ao atacante. O Bota acredita ainda que o atleta pode render lá na frente um retorno financeiro maior do que o investimento que está disposto a fazer nessa última tentativa.
Além das renovações, o clube tem mapeado possíveis reforços no mercado com a ajuda do departamento de análise de desempenho. A situação financeira, apesar de melhorar com o acesso, ainda exigirá bastante criatividade do Botafogo. Internamente, os dirigentes trabalham com a ideia de contratar de cinco a dez jogadores para reforçar o elenco. A intenção é ter três atletas disponíveis para cada função, com exceção da posição de goleiro, que geralmente fica com quatro opções.
Tanto nas renovações quanto nas contratações, a preocupação é manter o modelo dos contratos adotado nesta temporada e que deu maior segurança ao clube. As metas de performance (não só participação em jogos ou titularidade, mas percentual de passes certos, participação direta em gols, gols feitos, assistências, pênaltis sofridos, defesas difíceis, jogos sem tomar gols…) estão atreladas a uma futura renovação ou valorização financeira.
Em 2021, a maioria dos vínculos foi curta, visando a disputa Série B, mas as negociações futuras tendem a incluir renovação automática a depender das metas alcançadas. Para o clube isso significa proteção para não perder o atleta em caso de valorização no mercado. (GE)