O Botafogo enviou um ofício à CBF, na tarde desta quinta-feira, reclamando sobre lances envolvendo arbitragem. O estopim foram fatos que ocorreram na vitória por 2 a 1 contra o Cuiabá, na última quarta-feira, na Arena Pantanal. Gregore levou um pisão de Filipe Machado no começo do segundo tempo e, após revisão do VAR, o lance foi analisado como de “intensidade média”.

Além disso, o clube também reclamou da falta de critério dos árbitros em relação ao pênalti de Lucas Halter sobre Isidro Pitta – o zagueiro do Botafogo empurrou o atacante do Dourado dentro da área. O clube comparou o lance com um encontrão que Júnior Santos sofreu dentro da área diante do Athletico-PR, no dia 19 de junho.

As reclamações não ficaram apenas no campo do jogo contra o Cuiabá. O Alvinegro reclama de lances contra o Fluminense, quando Martinelli deu um pisão em Gregore e levou amarelo, e diante do Vasco, quando Tchê Tchê recebeu seis pontos no tornozelo por causa de uma entrada de Hugo Moura. O clube, inclusive, pediu punição aos árbitros envolvidos na partida contra o rival de São Januário, mas não teve resposta da CBF.

“De modo totalmente injustificável e inadmissível, em que pese ser totalmente passível de recomendação de reanálise pelo Árbitro de Vídeo, o aludido lance [se referindo ao pisão de Filipe Machado em Gregore], OUTRA VEZ, COMO OCORRERA NOS LANCES ANTERIORES ocorridos nas partidas contra Fluminense e Vasco, não fora objeto de revisão pelo Árbitro de campo via Monitor do VAR”, diz o ofício do Botafogo.

“Será necessário um atleta do BOTAFOGO sofrer uma contusão séria, como uma fratura ou uma lesão ligamentar para que haja a intervenção necessária e pertinente do VAR? Cortes acarretando procedimento médico de sutura, mediante 6 (seis) pontos, e cotoveladas causando sangramentos, pelo visto, ainda não foram suficientes”, diz o ofício.

Reclamações à CBF

No documento, o Botafogo levantou à tona o processo movido pelo presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, contra John Textor, dono da SAF Botafogo, desde o ano passado. O mandatário brasileiro colocou o norte-americano na Justiça por declarações sobre arbitragem.

“O fato de o Presidente da CBF, Sr. Ednaldo Rodrigues, possuir um processo criminal em andamento em face do acionista majoritário do BOTAFOGO, Sr. John Textor, não pode nem deve causar qualquer tipo de influência nas competições. Porém, é inegável que lances reiterados como os narrados, em intervalo de tempo curtíssimo entre eles, sem qualquer tipo de expulsão ou atuação contundente por parte da Arbitragem, e, posteriormente, da Comissão de Arbitragem e da CBF, acabam por gerar uma grande preocupação da opinião pública neste sentido”.

Vale lembrar que Textor, desde o ano passado, tem investigado a arbitragem do futebol brasileiro. O empresário tem parceria com a “Good Game!”, empresa francesa especializada em análise de lances.

Lance de Hugo Moura em Tchê Tchê — Foto: Vítor Silva/Botafogo

Lance de Hugo Moura em Tchê Tchê — Foto: Vítor Silva/Botafogo

Lances reclamados pelo Botafogo:

  • Falta de Martinelli em Gregore (Botafogo 1 x 0 Fluminense – 11/06)
  • Empurrão de Léo Godoy em Júnior Santos (Botafogo 1 x 1 Athletico – 19/06) – esse em comparação com o pênalti cometido por Lucas Halter em Isidro Pitta (Cuiabá 1 x 2 Botafogo – 03/07)
  • Falta de Hugo Moura em Tchê Tchê (Vasco 1 x 1 Botafogo – 29/06)
  • Falta de Filipe Machado em Gregore (Cuiabá 1 x 2 Botafogo – 03/07)

“Mais uma vez, o que se busca é a condução equilibrada, razoável e uniforme por parte da Arbitragem, com critérios minimamente padronizados, para que sejam evitados erros grosseiros como os que têm ocorrido em desfavor do BOTAFOGO. A Arbitragem brasileira vive um caos institucional com uma condução bisonha e em completa desmoralização, onde os líderes já não lideram, as regras do jogo não são mais respeitadas e erros grotescos passaram a ser normalizados.” (GE)