Barão de Melgaço vai ser beneficiada com R$ 20 milhões para resolver problemas com saneamento básico. O anúncio foi feito pelo deputado estadual Wilson Santos (PSD) durante audiência pública que discutiu as regras e a aplicabilidade do programa BID Pantanal na cidade, na última quarta-feira (1°).
O dinheiro poderá ser usado na construção de nova captadora, estação de tratamento de esgoto e conclusão da rede de distribuição de água. O município vive situação de emergência por conta da contaminação da água que abastece a população.
“Em virtude das dificuldades observadas, Barão de Melgaço e Várzea Grande poderão utilizar parte do recurso para melhorar o saneamento básico e, dessa forma, garantir mais qualidade de vida para a população”, explicou o deputado.
O programa visa a criação de políticas estruturantes para geração de renda no campo através do desenvolvimento da agricultura familiar. Também a preservação de recursos hídricos e na produção sustentável com ações voltadas ao saneamento básico para evitar a contaminação do lençol freático e das águas superficiais, e investimentos em infraestrutura para o escoamento da produção.
Em Barão, o vereador Dudu Amorim (PSC) disse que a contaminação da água se dá pelo despejo de esgoto em alguns canais e pelo rompimento da tubulação de água em vários pontos; isso por conta da idade destes tubos. o parlamentar alertou que o lixo coletado na cidade é despejado em um terreno a quatro quilômetros da cidade, entre as baías do Buritizal e Recreio.
“Não é um lixão adequado, o que faz a cidade ficar em situação complicada, especialmente nos períodos de chuva, quando muitos resíduos vão parar nas baías do Pantanal. Sem falar do esgoto que vem de Cuiabá e Várzea Grande”, disse Amorim.
O BID Pantanal é um programa do Governo Federal que será executado pelo Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID). Está focado em quatro os eixos: renda, educação, sustentabilidade e infraestrutura. Deve atender projetos estruturantes desenvolvidos por Arranjos Produtivos Locais (APL), associações, sindicatos e prefeituras.
Edson Paulino de Oliveira, representante do Mapa, apresentou dez projetos que serão desenvolvidos em Barão de Melgaço, num montante superior a R$ 80 milhões. As propostas contemplam as cadeias do mel, peixe, leite, mandioca, hortifrúti, cana-de-açúcar e frango caipira, dentro do objetivo de trabalhar as vocações produtivas do local.
Na parte de infraestrutura, estão previstas obras de recuperação de pontes, para escoamento da produção, e de escolas. O município tem mais de 11 mil m2.
O cacique Roberto Maridoprado, da Terra Indígena Perigara, entregou ao deputado Wilson Santos um ofício com pedidos de melhorias para a estrada de acesso à aldeia.
“Percorremos mais de 200 quilômetros para compartilhar nossa realidade nesta audiência pública. Esperamos ser atendidos em nossas solicitações e, a respeito do BID Pantanal, que o dinheiro chegue e seja usado com transparência”, pontuou o cacique.
BID Pantanal e audiências públicas
Barão de Melgaço foi a nona cidade a receber audiência pública para discutir o BID Pantanal. O projeto, financiado pelo Banco Interamericano de Investimentos (BID), deverá destinar US$ 200 milhões, ou pouco mais de R$ 1 bilhões, para serem distribuídos entre 12 municípios mato-grossenses que têm relação com o Pantanal: Cuiabá, Cáceres, Livramento, Chapada dos Guimarães, Jangada, Barão de Melgaço, Várzea Grande, Acorizal, Santo Antônio, Rosário Oeste, Nobres e Poconé.
O BID Pantanal tem o apoio técnico da Empaer Mato Grosso.
(Robson Fraga)