Henrique Meirelles
Gabriella Collodetti/Ministério da Fazenda – 14.12.17

Henrique Meirelles

O ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles desaprovou a articulação de aliados de Lula (PT) para que o governo eleito indique um nome para representar o Brasil no Banco Interamericano de Desenvolvimento ( BID ). Segundo o economista, a posição dos petistas para indicar um nome diferente do que foi feito pelo ministro da Economia Paulo Guedes pode gerar desconforto.

“Existe sempre um fator negativo quando um governo eleito se movimenta contra o candidato brasileiro, sempre pode gerar desconforto, perplexidade, não há dúvidas que é uma situação inusitada”, falou Meirelles em entrevista para a CNN neste sábado (12).

O ex-ministro da Fazenda Guido Mantega  entregou uma carta para representantes do governo dos Estados Unidos, Chile e Colômbia pedindo que fosse adiada a eleição para a presidência do BID, marcada para ocorrer na próxima semana.

De acordo com informações da CNN Brasil, Mantega se colocou como porta-voz da equipe econômica do governo Lula e disse que o presidente eleito tinha como intenção indicar outro profissional para a função. Neste momento, o candidato brasileiro à presidência do BID é Ilan Goldfajn, economista e ex-presidente do Banco Central.

Apesar do esforço do governo Lula, a entidade não concordou com o pedido de adiamento. A instituição garantiu que a indicação Ilan Goldfajn para presidência continua valendo.

“O governo que está assumindo se manifesta contra candidatura de um brasileiro e indiretamente se mostra favorável a um representante de outro país. Espero que prevaleça o bom senso e não o radicalismo simplesmente partidário, político, ideológico e talvez com motivações pessoais”, opinou Meirelles.

Meirelles torce para Lula moderar o discurso

O ex-presidente do Banco Central afirmou que entendeu a reação negativa do mercado financeiro ao discurso de Lula. Na avaliação dele, o petista ainda está tendo posicionamentos “eleitorais”. Porém, o economista acredita que o presidente eleito terá uma postura mais moderada e vai ser responsável na questão fiscal.

“Acredito que vai prevalecer o bom senso e que o Lula vai seguir a gestão na linha do que foi seu governo, e que deu certo”, concluiu.

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Fonte: IG ECONOMIA