O senador Wellington Fagundes (PL-MT), relator da Comissão Temporária da Covid-19, se reuniu quinta-feira, 26, à noite, com a ministra Tereza Cristina Correa da Costa Dias, para alinhar estratégia visando ampliar a produção para até 400 milhões de vacinas contra a SARS Cov2 no Brasil. O objetivo é encurtar o calendário de imunização da população com a inclusão de três novos superlaboratórios, que hoje produzem vacina para imunizantes para animais.

Após a reunião, a ministra Tereza Cristina manifestou entusiasmo e integral apoio ao projeto, gestado do diálogo do relator com o segmento das industrias farmacêuticas, através do Sindicato Nacional da Industrias de Produtos para Saúde Animal (Sindam). Ela se comprometeu a encaminhar a discussão no âmbito do Governo e deve se encontrar nas próximas horas com o novo ministro da Saúde, Marcelo Queiroga.

Como depoimentos colhidos de técnicos, especialistas e donos de plantas industriais, Wellington Fagundes mostrou a ministra que o segmento reúne 28 laboratórios de produção de produtos animais, sendo três deles classificados na categoria NB3+, o mais elevado nível de biossegurança, exigido para produção de vacinas.

Entre os laboratórios disponíveis para produção de vacina para a Covid-19 está a Merck & Co. ou Merck Sharp & Dohme, empresa farmacêutica, química e de ciências biológicas global presente em 67 países. As outras duas plantas são da Ceva Brasil, que dispõe de quatro centros internacionais principais, com 19 centros regionais de produção pelo mundo, e a Ouro Fino, que exporta produtos para vários países.

“O que precisa é um entendimento do Brasil com seus organismos, seguindo os acordos internacionais já formulado” – frisou o parlamentar do PL. Ele ressaltou que o objetivo é ampliar a produção de vacinas inativada contra a Covid-19 a partir de semente de trabalho, como a Coronavac – hoje produzida pelo Instituto Butantã.

Na segunda-feira, 29, a Comissão Temporária do Senado se reúne com representantes da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Ministério da Saúde, Ministério da Agricultura e Ministério da Ciência e Tecnologia, além de representantes das industrias que produzem imunizantes animais. Até la, segundo Fagundes, a expectativa é de que se possa colocar em prática “uma concreta para o Brasil resolver de uma vez por todos essa situação que todos nós estamos vivemos, de angustia e sofrimento”.

Presidente da Academia Brasileira de Medicina Veterinária, Josélio Moura, também participou da reunião e reforçou a capacidade dos laboratórios integrarem o ‘esforço humanitário’ em favor da produção de vacina contra a Covid-19. Segundo ele, o agronegócio “pode, mais uma vez, ajudar a salvar o Brasil”. Moura frisou que as industrias brasileiras “já tem a tecnologia, já tem um parque tecnológico apropriado” e pediu esforço de todos para a produção do imunizante contra a Covid-19: “A saúde pública não pode esperar”.