Os resultados da perícia toxicológica de Diego Armando Maradona não registraram drogas ilegais ou álcool, segundo publicam vários veículos argentinos na noite desta terça-feira. A autópsia do ídolo, morto no último dia 25 de novembro, apontou, porém, algumas substâncias encontradas em medicamentos psicofármacos, usados contra ansiedade e depressão.

A autópsia começou no último dia 2 de dezembro em La Plata concluiu que Maradona morreu em consequência a um “edema agudo de pulmão secundário a insuficiência cardíaca crônica exacerbada” e também descobriu uma “cardiomiopatia dilatada ” em seu coração.

Como divulgado no início das investigações, o coração do ídolo argentino pesava 503 gramas, cerca do dobro do normal. Os resultados chamam atenção dos investigadores para uma possível negligência dos médicos que cuidavam de Maradona.

– É tão importante o que apareceu com o oque não surgiu nessas análises de laboratório. À primeira vista, confirmam que davam psicofármacos para Maradona, mas nenhum medicamento para combater sua cardiopatia – declarou à agência “Télam” um dos responsáveis pela autópsia.

O investigador ouvido pela agência reiterou que alguns dos psicofármacos registrados no exame de Maradona produzem arritmia, o que não convém a um paciente com um problema cardíaco como a que apresentava o ex-jogador.

Ainda nesta terça, antes da divulgação dos resultados da autópsia, uma das filhas de Maradona, Gianinna, desabafou nas redes sociais diante das especulações a respeito do exame.

– Todos os filhos da p… esperando que a autópsia do meu pai tenha drogas, maconha e álcool. Não sou médica, mas ele parecia muito inchado. A voz robótica. Não era sua voz. Estava acontecendo e eu era a LOUCA INSANA – publicou.

A expectativa agora é que os três promotores responsáveis pela investigação, Laura Capra, Come Iribarren e Patricio Ferrari, convoquem uma junta médica para concluir se a morte de Maradona poderia ser evitada ou não.

Caso concluam que sim, os profissionais que cuidavam do ídolo podem ser responsabilizados. No último dia 4, o juiz de garantias de San Isidro, Orlando Díaz, livrou o médico Leopoldo Luque da possibilidade de prisão por homicídio culposo.

Leopoldo Luque, de 39 anos, é neurocirurgião e era médico particular de Maradona desde 2016. Ele foi o responsável pela cirurgia realizada para drenar uma pequena hemorragia no cérebro do craque argentino no início de novembro. O médico foi acusado formalmente pelo Ministério Público e teve celulares e computadores apreendidos para a investigação.

Em entrevista, Luque se eximiu de culpa. Na defesa apresentada por seus advogados, o médico afirma que esteve três vezes na residência onde Maradona se recuperava da cirurgia e reiterou que “ninguém poderia imaginar que seu coração falharia repentinamente”. (Globo Esporte)