A interventora do Gabinete de Intervenção na Saúde de Cuiabá, Danielle Pedroso, entregou o primeiro relatório, nesta quarta-feira (26), ao Tribunal de Contas do estado (TCE). O aumento de vacinação, redução de filas de cirurgias e contratação de mais médicos nas unidades de saúde são as principais soluções apresentadas pelo Gabinete.

A volta das cirurgias eletivas também foi uma das ações, além de solucionar a espera no sistema de regulação, de acordo com o Gabinete.

Procurada, a Prefeitura de Cuiabá informou que o Gabinete apenas deu continuidade às ações que estavam previstas no plano de ação que a equipe técnica da própria secretaria havia elaborado e que já estavam em andamento.

Em relação ao abastecimento de medicamentos nas unidades de saúde, a Prefeitura disse que havia feito uma aquisição de cerca de R$ 1,7 milhão, por meio do Consórcio Intermunicipal de Saúde do Vale do Rio Cuiabá (CISVARC) além de já ter emitido ordem de compra de mais R$ 2,3 milhões em medicamentos e insumos.

A Prefeitura ainda disse que os remédios começaram a chegar antes da intervenção ser decretada e negou a falta de médicos nas UPAs ou Policlínicas do município.

No dia 9 de março deste ano, o Órgão Especial do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT) formou maioria para acatar o pedido do Ministério Público do estado (MPMT), que pediu a intervenção do governo estadual na Saúde de Cuiabá.

A Justiça ainda determinou que, a cada quinzena, a interventora deve apresentar um relatório das ações desenvolvidas pelo Gabinete ao Poder Judiciário, como o que foi feito nesta quarta-feira (26).

Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá — Foto: Luiz Alves

Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá — Foto: Luiz Alves

Ações da intervenção

Conforme o relatório, houve aumento de 67,5% na quantidade de leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) no Hospital Municipal de Cuiabá e Pronto Socorro. Ao todo, foram contratados cerca de 107 médicos para atuar nas unidades de saúde que estavam sem os profissionais.

Apenas em março deste ano foram realizadas 436 cirurgias no HMC, o que representa um aumento de 20% em relação a fevereiro deste ano. Na comparação entre os dois meses, o Hospital Municipal São Benedito registrou aumento de 13%, chegando a 171 procedimentos, enquanto o antigo Pronto Socorro, contabilizou 252 operações.

Mais de 110 mil pacientes aguardavam por procedimentos cirúrgicos na rede de saúde da capital, mas o número pode estar subnotificado porque alguns que esperam pelo atendimento já morreram, conforme apontado pelo secretário de Estado de Saúde, atual deputado Gilberto Figueiredo (União Brasil).

Essas cirurgias são consideradas sem urgência e que, durante a pandemia de Covid-19, foram suspensas por um ano. A última cirurgia eletiva foi realizada no dia 15 de dezembro do ano passado e foram retomadas no antigo Pronto Socorro no dia 10 de abril deste ano.

O relatório mostra, também, que foram identificadas a disponibilidade de 203 leitos desocupados nas unidades hospitalares de Cuiabá, enquanto havia uma fila de pacientes à espera de vagas em todo o estado.

Houve ainda aumento de 67,5% na quantidade de leitos de UTI no HMC e Pronto Socorro, e de 56% das consultas ambulatoriais no HMC, que passaram de 800 para 1.250 por mês.