O relatório da auditoria que será apresentado para a categoria pelo Sindicato dos Investigadores da Polícia Civil de Mato Grosso (Sinpol-MT), em assembleia geral, na noite desta quarta-feira (13), não teria credibilidade para representar a realidade financeira da instituição. O questionamento partiu do secretário geral do Sinpol, policial Jamilson Adriano Souza Moura, em vídeo enviado para os colegas de Mato Grosso.
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Jamilson Moura observou que a presidente do Sinpol, Edleusa Afonso de Mesquita Filgueiras, descumpriu determinação da juíza Vandymara G. R. Paiva Zanolo, da 4ª Vara Cível de Cuiabá, proferida em 21 de outubro, para que apresentasse os extratos da conta corrente e da conta investimento do Banco do Brasil, no prazo de cinco dias, a contar data da notificação.
Ao invés disso, convocou assembleia geral para mostrar parte da auditoria. O responsável pela auditoria foi o mesmo profissional que cometeu ilegalidades, na Prefeitura de Juara, o que provocou a cassação da então prefeita Luciane Bezerra. “Consta nos autos, que o auditor foi o causador da cassação da prefeita [em 2018], pois recebeu ilegalmente da Prefeitura de Juara”, citou o secretário geral.
Outra falha grave em trabalho da auditoria contratada pelo Sinpol ocorreu na Secretaria de Saúde de Cuiabá, pois o Tribunal de Contas do Estado (TCE) determinou o rompimento do contrato. “Suspender todos os atos decorrentes do Processo Licitatório 011.894/2019 (modalidade Convite 009/2019), inclusive o contrato nº 153/2019, firmado com a empresa Clebio Geraldo Guimarães Gaia-ME, no valor de R$ 141 mil”, determinou o conselheiro Moisés Maciel, do Tribunal de Contas de Mato Grosso.
“Face de supostas irregularidades praticadas pelo prefeito e pelo secretário no processo de contratação de empresa especializada para prestação de serviços de Auditoria Independente no Centro de Distribuição de Medicamentos e Insumos (SDMIC) da Secretaria Municipal de Saúde de Cuiabá”, diz o TCE, em agosto deste ano, sobre a empresa que foi contratada para fazer a auditoria no Sinpol.
“Ela descumpriu ordem da juíza, para apresentar extrato. Está em descumprimento de ordem judicial. Nossa ação [na 4ª Vara Cível de Cuiabá] não pediu auditoria. A auditoria apareceu para tentar abafar o caso”, citou ele. A ordem da magistrada referia-se aos extratos bancários 01 junho de 2016 até 30 setembro de 2016, tanto da conta corrente 70576–4 (Agência 3499 -1) quanto da conta investimento BB Fundo de Investimento em Cotas de Fundos de Investimento – da mesma conta.
Mesmo assim, Jamilson Moura questiona. “Quem contratou a auditoria? Quanto foi pago? Porque não teve autorização da assembleia geral? Quem é o auditor? Existiam outras propostas a serem analisadas?”, provocou o secretário do Sinopo.
“Isso é muito ruim, pois em expondo negativamente o sindicato, perante a opinião pública. É preciso cortar na carne! E que se afaste toda a diretoria até as investigações serem concluídas e passe a limpo o sindicato”, cobrou Jamilson Moura.
Outro lado
A presidente Edleusa Mesquita Filgueiras respondeu às cobranças de Jamilson Moura com convite para a assembleia geral, através da sua assessoria de imprensa.
A íntegra:
O Sindicato dos Investigadores de Polícia do Estado de Mato Grosso (SINPOL-MT) convida toda a imprensa para Assembleia Geral Extraordinária onde serão apresentados os resultados da auditoria contábil relativa à última gestão da entidade em resposta às denúncias feitas contra a atual presidente da entidade Edleusa Mesquita, sobre suposto desvio de recursos do Sinpol-MT à época, ocasião em que Edleusa exercia a função e diretora financeira.
A auditoria foi realizada pela empresa Athila Contabilidade e auditoria, com sede em Belo Horizonte (MG), sob responsabilidade do auditor técnico Clébio Geraldo Guimarães Gaia, que estará presente para esclarecimentos à imprensa.
O encontro será realizado nesta quarta-feira (13), às 19h, na Escola Superior de Advocacia que fica à Rua Dr. Mário Cardi Filho, S/N. Centro Político Administrativo. Cuiabá. (Anexo à OAB-MT).