Depois de fazer parte do imaginário dos cuiabanos como Totó Bodega, o ator Romeu Benedicto vai dar vida a um peão durão e orgulhoso no remake de “Pantanal”, que estreia em março na Globo. Natural de Cuiabá (MT), Romeu já interpretou outros personagens em novelas da emissora e foi convidado para ser “Anacleto” na primeira fase da novela.
Em entrevista ao portal de notícias, o cuiabano contou que o papel foi um presente e que teve a chance de trabalhar com grandes nomes da dramaturgia nacional. A participação também tem outro significado especial: há 70 anos, em 21 de dezembro de 1951, estreou a primeira novela brasileira na TV Tupi.
“Tenho a honra de participar desse grande projeto, que é a novela Pantanal. Foi sucesso na TV Manchete e agora no remake espero o mesmo ou até maior ainda”, obsersou ele, para a reportagem.
No fim do trabalho, Romeu lembra as palavras de Rogério Gomes, o “Papinha’, que é nome importante no universo das novelas e filmes brasileiros. Na ocasião, o diretor enviou um áudio falando sobre o prazer de trabalhar com o cuiabano.
“Ele é uma figura, super humano e querido. Adorei o feedback que ele me deu. Depois, ele me mandou um áudio sobre o prazer que teve de trabalhar comigo. Que maravilha, né? É um presente”, comemora.
Anacleto é chefe dos peões de Pantanal
Na primeira fase da novela, o público vai conhecer o fazendeiro Joventino (Irandhir Santos), que tenta domar os bois marruá, conhecidos por serem selvagens e resistentes ao controle dos seres humanos.
Anacleto (Romeu Benedicto) trabalha na fazenda de Joventino, que se mostra capaz de domar os bois selvagens. Ainda na primeira fase de “Pantanal”, o fazendeiro desaparece e deixa a fazenda nas mãos do filho José Leôncio (Renato Góes), que será vivido por Marcos Palmeira na segunda fase.
Turrão, Anacleto terá dificuldade em aceitar as ordens de Joventino.
“O Anacleto é um peão durão, orgulhoso, que era o chefe dos peões. Tudo que ele falava, os peões faziam. Ele era um contato direto com Joventino. Não posso dar muitos spoiler”, brinca o ator.
Construção do personagem pantaneiro
Junto com a preparadora de elenco da novela, Romeu foi construindo o personagem para poder dar vida a Anacleto. O cuiabano faz uma analogia descontraída com a preparação de um frango empanado para explicar um pouco sobre as etapas do processo.
“Pegamos o peito de frango, quebramos os ovos e então mergulhamos o frango no ovo, depois na farinha. Temos que mergulhar nesse universo [do peão pantaneiro] para, depois, ver o que vai ser absorvido pelo personagem. Isso foi ao longo dos dias. Saiu o Anacleto”, explica.
Apesar de ser o único cuiabano no elenco, Romeu não era o único no set do filmagem. Durante as gravações conheceu um piloto de Cuiabá que trabalhava no transporte da equipe entre as seis fazendas, que serviram como base para as cenas de Pantanal.
“Conhecendo a história das pessoas [da equipe], conheci ele que vendia pizza para realizar o sonho de ser piloto. Encontrei ele lá com esse sonho já concretizado”, conta.
Para conseguirem chegar nas fazendas, a equipe precisou de um avião bimotor. A Fazenda Rio Negro serviu como set de filmagem para a sede da fazenda de Joventino. Para chegar à propriedade, eles precisavam voar durante oito minutos.
Diferente da produção original, exibida em 1990, Romeu afirma que o público vai perceber na tela as consequências das queimadas no Pantanal. Durante o período crítico, o ator cuiabano esteve entre os voluntários que foram ao local para salvar animais do fogo.
“Vamos ver um Pantanal ocre, com poeira, mas um Pantanal lindo, com toda sua exuberância, misticismo e espírito onírico. É a nossa terra, nosso Pantanal”, explica.
Conheça outros trabalhos de Romeu na Globo:
- Carga Pesada (2003)
- Da Cor do Pecado (2004)
- Belíssima (2005)
- Cordel Encantado (2011)
- Fina Estampa (2011)
- Deus Salve o Rei (2018)