O Atlético-MG quer reforçar seu setor ofensivo para a continuidade da temporada 2020, e uma das prioridades é a contratação de um atacante velocista, que atue pelos lados do campo. Keno, ex-Palmeiras, é um nome na mira do Galo. O interesse atleticano no jogador de 30 anos foi noticiado pela Rádio Itatiaia e confirmado pelo GloboEsporte.com, que apurou detalhes.

Por enquanto, não há negociação. Isso porque o futebol mundial está parado em função da pandemia do novo coronavírus. Houve uma consulta do Atlético. Keno pertence ao Pyramids, do Egito, mas está emprestado ao Al Jazira, dos Emirados Árabes, até junho deste ano. O contrato com o clube egípcio, por sua vez, vai até o meio da próxima temporada.

Keno não pretende seguir no Pyramids, e o clube egípcio quer negociá-lo. Um postulante à compra é o próprio Al Jazira, que tem prioridade em uma possível transação e, além disso, é parceiro do Pyramids. Isso significa dizer que, em caso de propostas equivalentes, o clube árabe leva o jogador.

Keno em ação pelo Pyramids — Foto: Divulgação

Keno em ação pelo Pyramids — Foto: Divulgação

Quando foi vendido pelo Palmeiras, Keno custou, aos egípcios, 10 milhões de dólares (cerca de R$ 37,8 milhões na cotação da época). O GloboEsporte.com apurou, porém, que a próxima negociação do jogador deve ser realizada por menos da metade desse valor (em dólares). No início do ano, por exemplo, o Grêmio chegou a fazer uma proposta pouco superior a 4 milhões de dólares. O valor chegou a ser aceito pelo Pyramids, mas outros detalhes (forma de pagamento e salário) impediram o negócio.

O Galo, portanto, já sabe – ou pelo menos tem uma ideia – de quanto precisa desembolsar para comprar Keno. O principal desafio em uma negociação, caso ela seja aberta, é a questão salarial. A reportagem apurou que o salário atual de Keno é absolutamente fora da realidade do futebol brasileiro. Segundo uma fonte ligada ao jogador, caso Keno voltasse ao Brasil recebendo o que ganha na Arábia, ele seria, “com folga”, o dono do maior salário do futebol nacional. Ainda segundo a apuração, o salário proposto pelo Grêmio na negociação do início do ano não chegou sequer a 50% do valor recebido pelo atacante nos Emirados.

Todos esses elementos dificultam o negócio, mas o Galo tem um “supertrunfo” em mãos. E ele tem nome e sobrenome: Alexandre Mattos. O diretor de futebol foi o responsável por levar o atacante ao Palmeiras, em 2017, e também foi peça fundamental na negociação que selou a transferência de Keno ao Egito, em 2018.

Alexandre Mattos é um trunfo do Atlético em uma possível negociação com Keno — Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG

Alexandre Mattos é um trunfo do Atlético em uma possível negociação com Keno — Foto: Bruno Cantini/Atlético-MG

Ainda segundo a apuração, um retorno ao futebol brasileiro dependeria de um forte convencimento por parte do clube pretendente, até porque significaria, com certeza, uma grande redução salarial. À reportagem, uma fonte citou que “poucas pessoas no Brasil conseguiriam convencê-lo, mas uma delas é Alexandre Mattos, por toda a gratidão que Keno tem por ele”.

Por enquanto, vale reiterar: houve apenas uma consulta. O Galo, assim como todo o mundo da bola, aguarda a normalização do mercado para atuar de forma mais incisiva na busca por reforços. Os próximos capítulos não têm data marcada. (Globo Esporte)