América de Cali e Atlético-MG mediram forças na noite desta quinta-feira, em Barranquilla, pela quarta rodada do Grupo H da Libertadores. Em um jogo que garantiu matematicamente a classificação do Galo às oitavas de final, o principal destaque não foi esportivo. O jogo foi marcado por cinco interrupções em função dos protestos do lado de fora do estádio Romelio Martínez. Com a bola rolando, o time brasileiro foi muito superior e venceu por 3 a 1, com gols de Hulk, Guilherme Arana e Vargas. Com duas rodadas de antecedência, o time de Cuca garante vaga na próxima fase.
A Colômbia vive dias tensos, com protestos nas ruas do país contra a reforma tributária do governo federal. América de Cali e Atlético, inicialmente, jogariam em Bucaramanga, mas o jogo mudou de cidade, já que a Conmebol previa um cenário mais tranquilo em Barranquilla do que no local original. Não foi o que aconteceu. Houve sérios confrontos entre civis e a Polícia do lado de fora do estádio, e o gás lacrimogêneo invadiu o campo durante quase todo o jogo. Jogadores e comissões técnicas visivelmente sentiam o incômodo, e a partida foi paralisada cinco vezes. Em uma delas, no primeiro tempo, os atletas chegaram a ir para os vestiários, mas retornaram oito minutos depois.
O jogo começou muito aberto, com chances para os dois lados e uma perspectiva de um bom duelo por 90 minutos. Logo aos 11 minutos, porém, a primeira interrupção por conta dos efeitos do gás lacrimogêneo em campo. Foi a primeira de quatro paralisações, somente na etapa inicial. Nos intervalos das pausas, o Galo abriu o placar com Hulk, de cabeça, após lindo cruzamento de Nacho.
Três minutos depois, em um contra-ataque rápido, Moreno empatou para o América de Cali. As cenas de jogadores incomodados com o gás lacrimogêneo voltaram a ser protagonistas, e o primeiro tempo, aos 61 minutos, terminou com o placar mostrando 1 a 1.
Depois do fim da etapa inicial, os jogadores retornaram a campo normalmente para o início do segundo tempo. Porém, com os protestos ao lado do estádio já ocorrendo de forma mais contida. Ainda assim, os efeitos foram sentidos pelos atletas e em algumas ocasiões foram necessárias mais pausas, só que breves, para a recuperação dos mesmos.
Há duas semanas os protestos contra a reforma tributária proposta pelo presidente Ivan Duque têm causado o caos na Colômbia. As manifestações acontecem ao longo do país e, devido às ruas e vias de acesso bloqueadas, gerarem até escassez de alimentos no país sul-americano. Já são mais de 40 mortos por conta dos protestos nas ruas. Como resultado das manifestações, o ministro da Economia do país renunciou.
Segundo tempo
Pela forma que a primeira etapa terminou, parecia que o jogo seria suspenso. Não foi. Mesmo com as bombas ininterruptas do lado de fora do estádio, os atletas voltaram, e o árbitro mandou o jogo prosseguir. O cenário era muito distante do ideal, os jogadores continuavam sentindo os efeitos do gás lacrimogêneo, mas o Atlético conseguiu superar os adversários (esportivos e físicos). Aos 8 minutos, após grande jogada de Savarino, Guilherme Arana encaixou lindo chute e recolocou o Galo na frente. O 2 a 1 já era suficiente para a classificação antecipada alvinegra, mas o time de Cuca ainda marcou o terceiro. Um golaço de Vargas, que recebeu de Tardelli, encobriu o goleiro e fechou o placar.
Próximos jogos
O Galo volta a campo já no domingo, no Mineirão, para o primeiro jogo da final do Estadual contra o América-MG. E na quarta-feira, o Atlético viaja até o Paraguai para enfrentar o Cerro Porteño. (Globo Esporte/ESPN)