Durante a entrevista coletiva na qual confirmou que deixará a presidência do Atlético-MG em dezembro, Sérgio Sette Câmara abordou o tema dos relatórios que o clube encomendou para mapear as próprias movimentações financeiras. Um deles já teve parecer completo enviado ao Galo, que começará a agir na busca por reaver “valores indevidos” pagos para terceiros. É o que revela o próprio mandatário.
– Elas (auditorias) serviram para que a gente pudesse verificar se de fato havia valores pagos indevidamente pelo clube e tentar entender porque foram pagos indevidamente e cobrar de quem recebeu indevidamente.
O Atlético contratou a Kroll, que fez o mesmo serviço no Cruzeiro. A empresa elaborou relatórios, e parte do documento chegou a ser vazado. O clube também tem a assistência de outras empresas na parte de varredura administrativa, para achar erros e corrigir. Nas palavras de Sette Câmara, o clube iniciará ações judiciais ainda em novembro para tentar reaver pagamentos que lesaram os cofres alvinegros.
“As ações estão inclusive com o Lásaro (vice-presidente) para examinar as minutas finais. Devemos estar entrando com as demandas ainda neste mês de novembro, mas sem nenhum alarde”.
Sérgio Sette Câmara e Lásaro da Cunha, do Atlético-MG — Foto: Pedro Souza / Atlético-MG
– Nós procuramos todas as pessoas que tinham algum tipo de irregularidade apontada pela auditoria para que elas apresentassem a documentação e que justificassem isso. Isso aconteceu com 95% dos casos. Aqueles que não conseguiram se desvencilhar disso ou não comprovaram o que motivou tais pagamentos, vão ter que ou provar que tinham lastro para receber esses valores, o que eu acho muito difícil, porque não são compatíveis com os valores contratados, como também vão ter que indenizar o clube, devolvendo esse valores pagos indevidamente – disse o mandatário.
Um caso que veio a público, e foi revelado pelo Blog do Rodrigo Capelo, envolve o ex-diretor financeiro do Atlético, Carlos Fabel, que participou das gestões de Alexandre Kalil, Daniel Nepomuceno e também do começo de Sérgio Sette Câmara. Fabel cobrou do Galo o pagamento de verbas trabalhistas acordado na sua demissão. Em contrapartida, o Atlético o notificou sobre valores pagos para ele no ofício de diretor financeiro, e citados pela Kroll. (Globo Esporte)