Favoritismos apresenta o potencial que cada time carrega para a rodada #9 do Brasileirão comparando o desempenho nos últimos 60 dias como mandante ou visitante em todas as competições e também nos últimos seis jogos independentemente do mando. Também são consideradas as performances defensiva e ofensiva das equipes no jogo aéreo e no rasteiro. Em parceria com o economista Bruno Imaizumi, analisamos 75.903 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.115 jogos de Brasileirões desde 2013 que servem de parâmetro para a produtividade atual de cada equipe. A equipe do Cuiabá volta a campo pela Série A neste domingo, para enfrentar o Atlético Mineiro, na Arena Pantanal. Ainda em busca de sua primeira vitória na elite, o Dourado vai encarar o favoritismo do Galo.

Favoritismos #9  — Foto: Espião Estatístico

Favoritismos #9 — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Santos

  • A vantagem do Santos como favorito em relação ao empate está nas casas decimais: 35,2 x 34,4. Jogo duro porque o Santos não levou gol em apenas um dos 15 jogos como visitante. Mas como time comando por Fernando Diniz finaliza muito, o agregado de “expectativa de gol” (xG) dispara, e junto o potencial estatístico de vitória da equipe. Precisará melhorar defensivamente porque, fora de casa, o Santos tem levado um gol a cada cinco finalizações sofridas. Talvez contra o América-MG, que vem com a segunda pior eficiência mandande, precisando de 26,5 finalizações para marcar. A defesa do América-MG tem suportado mais as pressões.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Athletico-PR

São duas defesas que vêm fazendo bom trabalho (a do Fluminense também estava e levou quatro do Athletico-PR…). Uma disputa toda especial entre a eficiência ofensiva do Athletico-PR, terceira maior entre os mandantes da Série A com um gol a cada 7,4 finalizações, e a solidez defensiva do Fortaleza, a segunda maior resistência visitante no Brasileirão com um gol sofrido a cada 19 finalizações contrárias. E esa disputa já tem lugar marcado: o espaço aéreo da defesa do Fortaleza: dos últimos 18 gols marcados pelo Athletico-PR em casa, nada menos que 15 foram marcados a partir de jogadas aéreas (83%); na temporada toda de 2021, em 14 jogos, o Fortaleza não levou qualquer gol pelo alto e foram apenas quatro em jogadas rasteiras, além de um de pênalti. Falta muito para esse jogo começar?

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Corinthians

 

Conseguirá o Internacional devolver contra o Corinthians a quebra de tabu que sofreu contra o Palmeiras no meio de semana? Desde 2009 o Internacional não vence como visitante o Corinthians pela Série A do Brasileirão. Foram sete vitórias do Corinthians e apenas duas do Internacional em 13 jogos. O ineficiente ataque paulista contra a pouco eficiente defesa do Inter, que no entanto fez gol em todos os últimos oito jogos como visitante. O Corinthians levou gol em cinco das últimas oito partidas em casa. Sem contar pênaltis e faltas diretas, o Corinthians fez dez dos últimos 17 gols em casa a partir de jogadas aéreas (59%) e metade dos últimos dez. O Inter também vem levando pelo alto metade dos gols sofridos quando visitante.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Bahia

A distância de Salvador tem sido positiva para os jogadores do Bahia, que têm a sétima melhor campanha visitante nos últimos dois meses. No Brasileirão, o ataque é o segundo mais preciso entre os times que atuaram fora de casa, com um gol a cada 5,0 finalizações. Oitavo visitante que mais finaliza (com média de 11,8 por partida), é ao mesmo tempo o que mais sofre finalizações (17,3) e o quarto que menos resite a elas, com um gol sofrido a cada 7,4 conclusões. Tem chances de melhorar esse desempenho porque a Chapecoense fez 28 finalizações em três jogos em casa e só marcou um gol. Uma ineficiência vai prevalecer.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Flamengo

Desde 2013, quando o Espião Estatístico começou a coletar dados do Brasileirão, é o início de campeonato em que as equipes têm a maior proporção de finalizações de dentro da área (53,7%). Quanto mais de perto a finalização, maior a chance de fazer um gol. O Flamengo fez de dentro da área 61,3% das tentativas (terceira maior marca da competição) e como resultado tem média de 1,5 gol por jogo. O Fluminense finaliza 52,6% das vezes de dentro da área (13ª marca) e sua média de gol está em 0,88 no agregado dos mandos. A partida será disputada no estádio do Corinthians, mas o mando é do Flamengo. Sem contar pênaltis e faltas diretas, dos últimos 15 gols que sofreu, o Flamengo levou 12 pelo alto. O Fluminense marcou assim os seus cinco últimos gols.

 

 — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Palmeiras

Resistir é um mantra para o time do Sport, que é quem mais faz isso entre os mandantes do Brasileirão, com um gol sofrido em três jogos após 36 finalizações contra. É o segundo mandante que mais sofre finalizações, e isso não é bom contra o Palmeiras, o segundo visitante que mais conclui, com média de 13 por partida. Com o mesmo número de jogos disputados no total, oito, o Palmeiras já fez 15 gols, e o Sport, quatro.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Bragantino

 

É provavelmente um jogo para contra-ataques porque o São Paulo está pressionado, precisa atacar e é o sétimo que mais sofreu contragolpes no Brasileirão (1,63 por jogo com 13 finalizações sofridas em oito jogos). Já levou um gol assim. Vai enfrentar um especialista: o Bragantino é o time com mais finalizações em contragolpes no Campeonato Brasileiro (2,63 por jogo com 21 conclusões em oito jogos). Jáá marcou dois gols dessa, fora de casa, em dez finalizações. O São Paulo é a quarta equipe que menos finaliza (9,0 por jogo) e só 4% das tentativas viram gol. Finaliza pouco e mal. O Bragantino é o segundo time que mais conclui em gol (média 15,3) e tem a terceira maior eficiência (13,9% viram gol). Finaliza muito e bem.

 

 — Foto: Espião Estatístico

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Favorito >> Ceará

É jogo para gols! Dois ataques que aproveitam bem as chances criadas: o do Ceará é o quarto mais preciso entre os mandantes, com um gol a cada 7,7 tentivas e média de 13,5 conclusões por jogo, oitava maior. Marcou sete gols em quatro jogos. O ataque do Juventude é o terceiro mais eficaz entre os visitantes, com um gol a cada 6,0 finalizações, com três gols em três jogos. É preciso aumentar a produtividade, pois o Juventude é o visitante que menos finaliza e o terceiro com menor percentual de finalizações de dentro da área. Finaliza pouco e de longe, de onde é mais difícil marcar. Mas pelo menos tem aproveitado as poucas chances que cria. Isso enche um time de confiança.

 

Favoritismos #9 Cuiabá x Atlético-MG — Foto: Espião Estatístico

Favoritismos #9 Cuiabá x Atlético-MG — Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Atlético-MG

Depois da belíssima exibição do Atlético-MG contra a consistente defesa do Atlético-GO, fica a expectativa se a equipe vai embalar. Até então, o que se via eram duas equipes que finalizam relativamente pouco e com baixa eficiência e que vão enfrentar defesas que têm mostrado competência. O Atlético-MG tem média de 11,9 finalizações por partida (nono desempenho) e consegue um gol a cada 9,5 tentativass (sétima eficiência). O Cuiabá tem média de 9,0 finalizações (16º desempenho) e vem precisando de 13,5 tentativas para cinseguir cada gol (sexta menor eficiência). Defensivamente, a equipe mineira tem média de 10,9 finalizações sofridas por jogo (oitava posição) e levado um gol a cada 10,9 (sexta melhor marca). O Cuiabá está com média de 11,8 finalizações sofridas por partida (13ª posição), mas sofre um gol a cada 10,1 conclusões (11ª resistência contra pressões adversárias). Lá vêm os argentinos!

 

 — Foto: Espião Estatístico

— Foto: Espião Estatístico

Favorito >> Grêmio

Vamos descobrir se a goleada sofrida para o Atlético-MG (4 x 1) abalou a confiança do Atlético-GO, que estava sofrendo um gol a cada 12 finalizações antes de enfrentar o time mineiro e agora a marca foi para um a cada 7,2 finalizações quando visitante. Qual desempenho vai mostrar é um atrativo desta partida, principalmente porque o Grêmio vem mal, com um gol marcado em casa a cada 22 finalizações (o Atlético-MG tinha um gol a cada 12 tentativas antes de enfrentar o Atlético-GO). A defesa gremista em casa tem levado um gol a cada 10,3 finalizações, mas o Atlético-GO não vinha conseguindo finalizar tanto assim.

Resultado

Favoritismos acertou 31 dos 76 jogos analisados, aproveitamento de 41%.

Metodologia

Apresentamos as probabilidades estatísticas baseadas nos parâmetros do modelo de “Gols Esperados” ou “Expectativa de Gols” (xG), uma métrica consolidada na análise de dados que tem como referência 75.903 finalizações cadastradas pelo Espião Estatístico em 3.115 jogos de Brasileirões desde a edição de 2013. Consideramos a distância e o ângulo da finalização, além de características relacionadas à origem da jogada (por exemplo, se veio de um cruzamento, falta direta ou de uma roubada de bola), a parte do corpo utilizada, se a finalização foi feita de primeira, a diferença de valor mercado das equipes em cada temporada, o tempo de jogo e a diferença no placar no momento de cada finalização.

Para esta edição do Brasileirão, o desempenho de um jogador passa a ser comparado com a média para a posição dele, seja atacante, meia, volante, lateral ou zagueiro, e passamos também a considerar o que se esperava da finalização se feita com o “pé bom” (o direito para os destros, o esquerdo para os canhotos) e para o “pé ruim” (o oposto). Foram identificados os ambidestros, que chutam aproximadamente o mesmo número de vezes com cada pé

De cada cem finalizações da meia-lua, por exemplo, apenas sete viram gol. Então, uma finalização da meia-lua tem expectativa de gol (xG) de cerca de 0,07. Cada posição do campo tem uma expectativa diferente de uma finalização virar gol, que cresce se for um contra-ataque por haver menos adversários para evitar a conclusão da jogada. Cada pontuação é somada ao longo da partida para se chegar ao xG total de uma equipe em cada jogo. A partir da rodada #11, apresentaremos a evolução da média móvel em cinco jogos da expectativa de gol (xG) de cada equipe no ataque e o acumulado do que fizeram seus adversários nessas partidas. Para os gráficos, a cada cinco jogos é feita uma média móvel, que é representada pelas linhas de ataque (preta) e defesa (vermelha, que na verdade é quanto o adversário somou em xG em cada jogo). É uma forma precisa de medir o potencial de cada equipe.

O modelo empregado nas análises segue uma distribuição estatística chamada Poisson Bivariada, que calcula as probabilidades de eventos (no caso, os gols de cada equipe) acontecerem dentro de um certo período de tempo (o jogo). Abaixo, apresentamos a chance estatística que cada equipe tem de terminar o Brasileirão em determinada posição. Para chegar a essas previsões, foi empregado o método de Monte Carlo, que basicamente se baseia em simulações para gerar resultados. Para cada jogo ainda não disputado, realizamos dez mil simulações.

Chance de momento de cada equipe terminar em cada posição ao final do Brasileirão — Foto: Bruno Imaizumi/Espião Estatístico

Chance de momento de cada equipe terminar em cada posição ao final do Brasileirão — Foto: Bruno Imaizumi/Espião Estatístico

*A equipe do Espião Estatístico é formada por: Guilherme Maniaudet, Guilherme Marçal, Gustavo Figueiredo, Leandro Silva, Mateus Pinheiro, Roberto Maleson e Valmir Storti. (Globo Esporte)