Em meio à crise na saúde, com unidades de atendimento públicas e particulares sobrecarregadas pelo aumento de casos de dengue e chikungunya, focos do mosquito transmissor são encontrados em 90% das residências vistoriadas. Agentes de endemias estão na linha de frente dessa luta contra o Aedes aegypti e o maior desafio continua sendo a conscientização da população.

De cada 10 casas vistoriados por agentes, em média nove possuem os chamados focos para o mosquito. Neste cenário, cada visita feita representa uma oportunidade para eliminar criadouros e um alerta para a importância da vigilância constante e do trabalho em conjunto.

Em Cuiabá, a média semanal de notificações de dengue aumentou 258% neste ano e chega a quase 150 casos, enquanto no mesmo período de 2024 eram 41. Já a chikungunya, a média semanal é de 308 casos, aumento de quase 8.000% se comparado aos quatro casos semanais de 2024. No município, até o momento, foram notificados quase 880 casos de dengue e 1.850 casos de chikungunya.

Na quinta-feira (13), a equipe de A Gazeta acompanhou o trabalho de vistoria de uma equipe de endemias na região oeste da Capital, no bairro Goiabeiras. Logo pela manhã, casas e até uma praça foram inspecionadas pelos agentes Nathan Espindula Beuter e Kamilly Freitas. Os agentes realizam as visitas para o primeiro Levantamento Rápido de Índices para Aedes aegypt (LIRAa) do ano.

A primeira casa a ser vistoriada foi a de José Ulisses Montavani, 68. Morador há mais de 24 anos no bairro, contou que ele e a esposa estão se recuperando da dengue e chikungunya que pegaram há cerca de quatro meses. Durante a vistoria na residência, apesar do zelo para evitar as doenças, os agentes encontraram focos para criadouros do mosquito em dois ralos de chão da casa. Em um deles foi verificada a existência de larvas. ‘É por isso que é importante que as pessoas permitam nossa vistoria, porque por vezes locais como esse passam despercebidos na casa’, afirma o agente Nathan.

No local, o agente orientou o casal a utilizar água sanitária nos ralos, ou até mesmo pedaços de pedras de cloro. São locais mais difíceis porque sempre estão com água, então esse tipo de ação mata as larvas.

Nathan observou que a casa toda é bem cuidada em relação a criadouros, mas que os ralos, muitas vezes esquecidos, são o problema. José Ulisses afirma que faz a limpeza dos ralos, mas que como a água é frequente no local, é difícil. “Agora, com a orientação, vamos colocar a pedra de cloro. É importante essa vistoria e orientação”. (Gazeta Digital)