O astrônomo amador Eduardo Baldaci, que reside em Orlando, na Florida, esteve pronto para fazer a transmissão ao vivo, na tarde deste sábado (3), do lançamento do foguete Artemis I que fará uma missão não tripulada à lua.

Em um vídeo que colocou nas redes sociais, Baldaci falou dos preparativos, mas deixou claro que o lançamento podia ser adiado novamente. E foi o que aconteceu: o lançamento teve que ser suspenso por outro problema técnico no foguete. Desta vez, por um vazamento de combustível. Na próxima janela de lançamento, ele pretende estar a postos para nova transmissão.

No parque onde ocorre a concentração para acompanhar o lançamento, Eduardo Baldaci instalou o único telescópio de um astrônomo amador. O aparelho foi direcionado à nave Artemis, para observação de detalhes do evento. A live mostrou os bastidores, no entanto, não haveria transmissão através de telescópio, cujas imagens devem ser disponibilizadas depois.

Baldaci é carioca e morou em Cuiabá por mais de 10 anos, chegando a atuar como servidor público. Na capital mato-grossense desenvolveu projetos na área de astronomia e despertou o interesse de muitos aficcionados pelo assunto. Na Florida, ele é colaborador da Writer, revista Manchete USA e ganhou notoriedade no assunto.

Eduardo Baldaci, astrônomo amador

Canal da live:

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O lançamento está previsto para ocorrer às 14h17 (horário de MT), no Centro Espacial Kennedy, no Cabo Canaveral (Florida). O lançamento deveria ter ocorrido na última segunda-feira, mas acabou sendo adiado devido a problemas técnicos. Na última segunda-feira (29), as equipes técnicas da agência identificarem um problema de resfriamento em um dos quatro motores do superfoguete que levará a cápsula Orion à órbita lunar.

Após identificarem e sanarem problemas técnicos no sistema de refrigeração do foguete Space Launch System, SLS, a Agência Espacial Norte-Americana (Nasa) retomou, neste sábado (3), a contagem regressiva para lançar ao espaço a missão Artemis I.

Veja a live realizada na manhã deste sábado:

Tudo certo

Em um comunicado nesta semana, a Nasa explicou a importância da plena atividade de todos os motores. “Os motores do SLS são máquinas de alto desempenho e são expostas a temperaturas extremamente baixas e pressões extremamente altas durante abastecimento e voo. São mais de 700 mil galões de hidrogênio e oxigênio líquido que ajudam a resfriar esses motores.”

Os especialistas explicam que o risco de aquecimento do hidrogênio líquido é de lesão ao condicionamento térmico do motor, o que inviabilizaria a missão.

Para o presidente da Agência Espacial Brasileira, Carlos Moura, que foi aos Estados Unidos para acompanhar a primeira tentativa de lançamento, quando se trata de um veículo do porte do SLS, a operação torna-se ainda mais complexa.

”É natural que a Nasa esteja se resguardando muito, sendo muito conservadora, ao enfrentar qualquer possibilidade de falha, qualquer risco. Por isso que evitaram prosseguir com o lançamento no dia 29 e reavaliar todo o sistema de abastecimento e refrigeração, de forma que a operação pudesse ser retomada com o mínimo de risco. Nós sabemos que é só questão de tempo, pois eles têm capacidade para fazer o lançamento com qualidade e segurança, como já fizeram isso em outras missões, como a Apollo”, diz.

Moura explica que nos últimos 50 anos, desde o última missão da Nasa à Lua, a tecnologia mudou, ”mas quanto mais moderno o veículo, mais chances de ocorrerem problemas”.

”Por isso, a expectativa é sempre grande, mas existe uma confiança muito forte de que a Nasa e os parceiros empreenderão todos os esforços para que esse veículo voe, qualifique o veículo e a cápsula Orion e na próxima missão já possamos ter um voo tripulado”, explica Carlos Moura.

E é de olho no passo dois do programa Artemis, que deve levar uma equipe de astronautas ao satélite, que a comunidade científica acompanha a Missão Artemis I, uma espécie de teste não tripulado para a próxima viagem, prevista para ocorrer até 2026.

Para o físico, Fabrizzio Montezzo, essa missão é muito importante pela sustentabilidade e por questões logísticas já que a Lua poderá servir de base para futuras missões no Sistema Solar.

”Depois da Apollo – missão pioneira que levou o homem à Lua – essa missão é importante para o retorno em que o homem possa ir pra ficar, com base na Lua e, principalmente, para exploração do espaço profundo. É como se fosse um suposto ”posto de gasolina” para outras missões para Marte, por exemplo”, diz.

Da Lua à conquista do espaço

A viagem não tripulada deste sábado (3) marca uma série de testagens na órbita da Lua tanto em relação aos equipamentos, quanto à cápsula Orion que deve levar até quatro astronautas na segunda etapa da missão prevista para ocorrer até 2026.

Além disso, será testada uma peça fundamental na missão, o Módulo de Serviço Europeu, responsável, por exemplo, pelos sistemas de abastecimento de água, energia, propulsão, controle da temperatura dentro da cápsula e fruto da parceria com a Agência Espacial Europeia (ESA).

Segundo a ESA, a missão, que será comandada aqui da Terra, pode durar entre 20 e 40 dias e terminará de volta à Terra com um mergulho no Oceano Pacífico, na costa da Califórnia, nos Estados Unidos.

O voo de volta à Lua organizado pela Nasa, em parceria com 21 países, inclusive o Brasil, representa o retorno ao satélite 50 anos após a última viagem tripulada, em 1972, com a missão Apollo.

Caso a missão deste sábado seja novamente cancelada, há ainda a previsão de outra data possível pra lançamento: 5 de setembro.

E a contagem regressiva já pode ser acompanhada nos canais da Nasa, no Youtube, e também na página da agência na internet.