O clássico entre Vasco e Fluminense, às 16h deste sábado (16), coloca frente a frente dois atacantes veteranos com trajetórias semelhantes. Afinal, tanto Pablo Vegetti quanto Germán Cano só se consolidaram e viraram referências técnicas em seus clubes após os 30 anos de idade. Claro, além disso, têm em comum o fato de serem argentinos e de terem escolhido o Cruz-Maltino como primeira camisa no Brasil.

Esta será a primeira vez em que ambos se cruzam em campo. Quando deixou o Colón, em 2011, Cano não defendeu mais nenhum time em seu país. À essa altura, inclusive, Vegetti nem era jogador profissional. O centroavante tem uma história incomum e só ganhou a primeira oportunidade em 2012, aos 23 anos, pelo pequeno Villa San Carlos, que disputava o equivalente à Terceira Divisão.

Quando chegou ao Belgrano, há quatro temporadas, é que o atacante passou a fazer muitos gols e virou ídolo. Tanto que garantiu a artilharia do último Campeonato Argentino. Já Cano teve boa média pelo Independiente Medellín, em 2014, porém, depois não deixou saudades no futebol mexicano, onde chegou sob altas expectativas. Foi mesmo no time colombiano que voltou a brilhar, entre 2018 e 2020, quando anotou impressionantes 35 gols em 39 partidas, chamando assim a atenção do Vasco.

‘Pirata’ Vegetti celebra o primeiro de seus 3 gols pelo Vasco, em agosto – Foto: Daniel Ramalho/Vasco

“Cano é um goleador impressionante, que se destacou muito aqui, agora no Fluminense. Vou tentar seguir o seu caminho da melhor maneira que eu puder e dar muitas alegrias aos torcedores do Vasco”, disse Vegetti, em sua apresentação, no início de agosto.

“Trabalhei muito para esse momento, para fazer muitos gols como queria fazer. Mas foi muito duro. Fui para a Colômbia, fui para o México… Realmente, não tinha espaço na Argentina para demonstrar minhas qualidades. Cheguei ao Brasil em 2020 para divulgar mais o meu nome, o que eu poderia fazer, e acho que cheguei no momento certo. Primeiro, no Vasco, onde aconteceram muitas coisas boas e não tão boas. E agora aqui no Fluminense, com esses anos que são os melhores da minha carreira.”, recorda-se Cano, que tem dois títulos cariocas na conta.

PIRATA VS. ‘FAZ O L’

Outro fato que os liga é a comemoração dos gols. Enquanto Vegetti põe a mão no rosto para imitar um pirata, em referência ao Belgrano, a fera das Laranjeiras virou mania entre os tricolores com o “L”, em homenagem ao filho Lorenzo. Algo, aliás, que já fazia em São Januário e que agora tem um novo motivo: a filha Leonella (em reverência a Lionel Messi), que nasceu em agosto.

Fluminense e Olímpia medem forças no Maracanã
Aos 35, Cano vive grande fase e já marcou 33 gols pelo Flu em 2023 – Foto: Marcelo Gonçalves/FFC

Apesar de terem características diferentes, o vascaíno e o tricolor se notabilizam por serem artilheiros letais, com um toque só na bola. Com 1.88m, Vegetti é fortíssimo na bola áerea e, além de já ter marcado um gol assim em sua estreia pelo Vasco (fez outros dois de pênalti), vem ganhando a maioria dos duelos pelo alto. Por sua vez, Cano tem 1.76m e se notabiliza pelo ótimo posicionamento e chute forte com o pé direito.

MAIOR ARTILHEIRO DO MUNDO

O camisa 14 do Fluminense não só vive a melhor fase da longa carreira, como é o maior artilheiro do mundo em 2023 no momento. Com 33 gols em oito meses, está à frente, portanto, de nomes como Haaland, do Manchester City, e Mbappé, do PSG, e Cristiano Ronaldo, do Al Nassr. E ainda tem uma histórica semifinal de Libertadores pela frente, de olho em se consagrar ainda mais como ídolo do clube.

O rival deste sábado, no entanto, ainda batalha para ter estatísticas desse nível e tenta seguir os passos do compatriota. E participa de seu primeiro clássico carioca, já com o peso do objetivo de tirar o Vasco da zona de rebaixamento do Campeonato Brasileiro. Germán Cano, por sua vez, marcou 11 vezes em partidas deste nível somente pelo Tricolor.

A razão para topar o desafio de vir ao Brasil, ao menos, é a mesma:

“Eu precisava dar um passo adiante, uma mudança de vida e de carreira. Foi muito motivante depois de estar muito tempo em um clube (Belgrano), mas estou convencido de que foi a melhor decisão. Os torcedores também entenderam assim, me demonstraram muito carinho nas redes sociais. Gostaria de sair de uma outra maneira, mas tenho que aceitar que as coisas são assim. Internamente eu precisava sair dessa comodidade para dar um passo adiante e seguir crescendo”, definiu Vegetti. (Jogada 10)