O Flamengo de 2019 foi o campeão brasileiro com melhor aproveitamento da história dos pontos corridos, com 79% – o sistema de disputa foi implantado em 2003 – e 90 pontos somados. Na época da conquista sob o comando do técnico Jorge Jesus, nos primeiros 20 jogos, o time somou 45 pontos. Nesse corte, o Atlético-MG deste ano alcançou os mesmos 45 pontos ao bater o Sport na rodada passada.

O Atlético-MG tem 75% de aproveitamento na competição deste ano e lidera com vantagem de sete pontos para o Palmeiras e 11 para o Flamengo (que tem dois jogos a menos). Desde 2006, quando o Brasileiro passou a ter 20 clubes, esse número só fica atrás justamente do Flamengo de 2019.

Hulk e Diego Costa comandaram atuação do Atlético-MG no primeiro tempo diante do Sport — Foto: Pedro Souza

Hulk e Diego Costa comandaram atuação do Atlético-MG no primeiro tempo diante do Sport — Foto: Pedro Souza

Os matemáticos estipulam um aproveitamento em torno de 66,7% dos pontos para alcançar o título, quatro pontos a cada seis, o que significa fazer 76 pontos ao fim do campeonato. O Cruzeiro em 2013 cravou essa pontuação, enquanto o Fluminense em 2012 e o São Paulo nos anos do tricampeonato fizeram uma margem muito próxima.

O Corinthians em 2015 somou 81 pontos, o Palmeiras nas conquistas de 2016 e 2018 e o Cruzeiro em 2014 fizeram 80. Abaixo desta régua, o Corinthians em 2017 e 2011, Fluminense em 2010 e o Flamengo no ano passado, fizeram entre 70 a 72 pontos. Em 2009, o atual campeão brasileiro ganhou o título com apenas 67.

Este ano, o Flamengo disputou 18 jogos, dois a menos que Palmeiras e Atlético-MG, com aproveitamento de 63%. Mesmo que vença a próxima partida e feche os primeiros 19 jogos com 37 pontos, a projeção seria de 74 pontos ao fim do campeonato, abaixo da régua dos 66,7%, possível para um campeão em algumas edições.

Os cálculos do Atlético-MG

Os 75% dos pontos que o Atlético-MG tem neste momento, ao fim do campeonato, representariam em torno de 85 e 86 pontos. A pontuação está bem acima da projeção necessária para conquistar o título. Caso sofra uma queda de rendimento e tenha aproveitamento de 66,7% nas próximas 18 rodadas, o Galo obrigaria os adversários, Flamengo e Palmeiras, a buscar mais que os 75% atuais do Atlético-MG.

Ou seja, se Flamengo e Palmeiras ficarem abaixo dos 75% nos jogos que restam na competição, Atlético-MG precisará de 12 vitórias em 18 jogos para conquistar o título.

Hulk, destaque do Atletico-MG na primeira metade do campeonato — Foto: Divulgação/Mineirão

Hulk, destaque do Atletico-MG na primeira metade do campeonato — Foto: Divulgação/Mineirão

Se o rendimento do Atlético cair ainda mais, e ele somar apenas nove vitórias em 18 jogos, com um aproveitamento de 50% dos pontos, o rendimento total cairia para 62,5%, pouco menos do que Flamengo e Palmeiras somaram até aqui. Com esse cenário, o Palmeiras teria de somar 35 pontos e o Flamengo 39 nos jogos restantes.

Os cálculos do Palmeiras

O sonho do Palmeiras passa muito por uma vitória no confronto direto com o Atlético-MG. Em caso de derrota, a distância iria para 10, o que simbolizaria somar quatro vitórias a mais que o líder nas outras 17 rodadas restantes. Se mantiver os números de hoje, com 63,3% dos pontos, chegando a 11 vitórias nesses 17 jogos, o Atlético-MG só precisará vencer oito nas mesmas 17 partidas para ficar à frente do rival.

Se o Palmeiras vencer o confronto direto em casa, a distância se encurta para quatro pontos. Assim, terá que somar cinco pontos a mais do que o Atlético-MG em 17 jogos a disputar. Se o Galo mantiver os 75% de aproveitamento, o Palmeiras terá de vencer 16 partidas e empatar a última.

Raphael Veiga e Wesley comemoram o gol do Palmeiras contra a Chapecoense — Foto: Cesar Greco / Ag. Palmeiras

Raphael Veiga e Wesley comemoram o gol do Palmeiras contra a Chapecoense — Foto: Cesar Greco / Ag. Palmeiras

Se tiver uma campanha melhor na próxima metade de campeonato e alcançar um retrospecto próximo de 66,7% dos pontos, o Palmeiras alcançaria em torno de 71 a 74 pontos, próximo do que fez em 2019, quando fechou o campeonato em terceiro.

Os cálculos do Flamengo

Os números do Flamengo só serão melhores do que os do Palmeiras em caso de vitória nos dois jogos atrasados. Se somar quatro pontos, os dois times ficarão empatados. Sob o comando de Renato, o Flamengo tem 70,3% de aproveitamento em nove jogos no Brasileirão, sendo seis vitórias, um empate e duas derrotas.

Se mantiver esse retrospecto, somaria mais 12 vitórias, dois empates e mais quatro derrotas nos 18 jogos restantes. Assim, o Flamengo terminaria com 78 pontos, pontuação que normalmente é suficiente para título.

Renato Gaúcho, em jogo pelo Flamengo — Foto: Reprodução

Renato Gaúcho, em jogo pelo Flamengo — Foto: Reprodução

Se uma das 12 vitórias citadas acima for contra o Atlético-MG, o Flamengo só não seria campeão se o rival e atual líder conquistar 11 vitórias e um empate nos outros 17 jogos. Mesmo vencendo o confronto direto e os jogos atrasados, o Flamengo ainda precisa que o Galo caia de rendimento ou que seu retrospecto sob o comando de Renato Gaúcho melhore ainda mais.

Bragantino e Fortaleza

A matemática para Bragantino e Fortaleza é parecida. Para o paulista, a situação é levemente melhor, pois tem um jogo a mais para disputar e ainda conta com o confronto direto frente ao Atlético-MG para reduzir a distância que hoje, para ambos, é de 12 em relação ao líder.

Bahia e Bragantino se enfrentaram na Arena Fonte Nova — Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/E.C. Bahia

Bahia e Bragantino se enfrentaram na Arena Fonte Nova — Foto: Felipe Oliveira/Divulgação/E.C. Bahia

O Fortaleza tem mais 17 jogos a serem disputados e soma hoje 33 pontos. Se sofrer mais três derrotas, não chegará mais aos 76 pontos, alvo matemático dos postulantes ao título.

Para o Bragantino, resta um jogo a mais na tabela. Quatro derrotas seriam suficientes para excluir o clube da briga. Os cálculos se assemelham muito aos do Flamengo, caso o clube carioca perca suas duas partidas atrasadas. As chances de título permanecem vivas se vencer 15 de 18 jogos, chegando a 78 pontos. Números inferiores a estes quase anulam as chances de levar a taça para Bragança Paulista. (Globo Esporte)