Luiz Felipe Scolari está de volta ao comando técnico do Grêmio após seis anos. No início da tarde desta sexta-feira, Felipão foi apresentado em entrevista coletiva virtual e admitiu o grande desafio que será tirar o clube da crise, mas também se declarou por estar em casa.
Antes das perguntas dos jornalistas, Scolari foi saudado pelo presidente Romildo Bolzan Jr. e pelo vice-presidente Marcos Hermann. Em seguida, respondeu inúmeros questionamentos. Em um deles, falou sobre suas motivações para aceitar o convite de treinar o Grêmio.
— Nós do Grêmio estamos vivendo, mas vamos passar por isso. Vamos sofrer um pouco, mas também teremos alegrias. Estou em casa, me sinto bem. Quero mostrar a todos que eu estou vivendo esse momento com eles. Abraço isso. Todos vamos viver essa dificuldade, mas ficaremos felizes no futuro – respondeu Felipão.O tamanho do desafio se dá por alguns fatores evidentes. O time é o lanterna do Brasileirão com apenas dois pontos e ainda não venceu na competição. Scolari prometeu que a primeira coisa que o elenco precisa é trabalhar e também cuidar da parte psicológica.
– Não posso dizer detalhadamente como vamos fazer para tirar o Grêmio dessa dificuldade. O que posso definir é que temos que trabalhar. Mas o que temos que fazer e já estamos fazendo, e acredito que já foi feito na manhã de hoje, é a mudança de pensamento, da parte psicológica. O entendimento é que somos um grupo de jovens e experientes, em que todos tem condições de jogar uma partida de futebol – comentou.
Felipão assinou contrato com o Grêmio até o final de 2022 e já teve seu nome publicado no Boletim Informativo Diário (BID) da CBF. Assim, ele estreia no Gre-Nal deste sábado, às 16h30, na Arena, pela 11ª rodada do Brasileirão.
Veja outras respostas de Felipão:
Gre-Nal
Pode dar uma moral diferente (se vencer o Gre-Nal), mas valem três pontos. É importante um Gre-Nal, mas não esquecemos que os outros jogos também são importantes. O Gre-Nal é um início. Coube a mim essa situação, que também valeria três pontos.
Elenco do Grêmio
O Grêmio tem um grupo hoje que teria 44 jogadores. Não existe fazer o mesmo trabalho com 44 pessoas. No futuro, provavelmente continuo com o mesmo pensamento que foi passado na direção de que não travamos ninguém. Não queremos ninguém insatisfeito. Estamos abertos a diálogos. Conversamos com a direção e sabemos como vamos trabalhar daqui pra frente. Mais além teremos mais entendimento de uma série de situações de como eu acho que um clube tem que se comportar.
Idolatria
Tenho amor pelo Grêmio, mas também sou pago pelo Grêmio. Vou me esforçar ao máximo, mas também sou pago, então tenho que mostrar que isso faz parte do meu trabalho. Tenho representatividade por uma série de fatores. Mas neste momento todos estamos em dificuldades. Mas o torcedor do Grêmio pode acreditar que estaremos presentes no vestiário para que tenhamos condições em todos os sentidos. Alguma coisa pode dar errado, mas iremos superá-las. O Grêmio é grande e somos parte disso. Não somos pessoas que vão brilhar pelo Grêmio. O Grêmio vai brilhar mais que nós. Vamos trabalhar para a cada dia superar.
Lideranças
Conversei hoje dentro do vestiário. Quantos capitães eu tenho hoje? Os jogadores disseram que muitos. Isso é ótimo. Eu quero muitos capitães. Vou ter no Geromel também, porque ele foi uma indicação ao Grêmio que vai estar presente.
Possíveis rejeições internas
Se alguém falou algo, pode ter falado para o mosquito, não sei de nada disso. Quando cheguei hoje vi alegria nos olhos dos jogadores, de alguns que nem treinei. De alguns dirigentes, são coisas que às vezes as pessoas imaginam. Mas não tem nada disso. O nosso interesse e nossa forma de trabalhar é como sempre foi, tranquila, fácil. Pela reação que vi hoje dos jogadores, melhor do que eu imaginava. (Globo Esporte)