A professora de Ciências Físicas e Biológicas, Suelen da Veiga Borges Leão, conhece como ninguém o chão da escola. Ela é um exemplo de profissional da educação, que vem de outro setor, até chegar à sala de aula. Suelen tomou posse no mês de setembro como professora efetiva na Escola Estadual Rodolfo Augusto Trechaud Curvo, em Cuiabá, onde já trabalhava como apoio atuando na limpeza há cerca de um ano e meio.
Além de licenciatura em Ciências, Suelen concluiu o mestrado na área ambiental reforçando a sua meta de estar preparada para ser professora, não só habilitada, mas sempre atualizada.
A professora afirma que o investimento em educação é recomepensador, pois só através dela, é possível alcançar lugares mais altos. “Vale a pena a pessoa colocar todas as fichas na educação, pois ela é fundamental para tudo. Saí do cargo de apoio para professora. Todo mundo pode conseguir. Basta investir em educação”, assegura.
Suelen relata que a experiência como apoio administrativo é única, pois quando o profissional inicia a carreira como professor, não conhece como funciona a engrenagem da educação, os demais segmentos dos profissionais da educação. A professora explica que durante 18 meses que atuou na limpeza, teve chance de conhecer o pensamento das pessoas que estavam ao seu redor e ocupando o mesmo cargo.
“Ao trabalhar como apoio, descobri que, em muitas ocasiões, em reuniões, o professor é colocado em primeiro lugar e as opiniões dos demais profissionais são sempre esquecidas”, conta.
Suelen ressalta que, a diferença mesma é sentida no comportamento do aluno no pátio, no momento do intervalo, pois da sala do professor, não dá para perceber o que o aluno faz. “É na função de apoio que notamos como agem os alunos no pátio. Como professora agora é possível comparar esse comportamento com o que faz em sala de aula”, avalia.
Outro ponto que chamou a atenção de Suelen é o desconhecimento dos alunos em relação aos demais profissionais da escola. Ao assumir um cargo de professora, Suelen leciona para cerca de 300 alunos. Desse total, somente três perceberam que ela largou o balde e rodinha para entrar em sala de aula.
“Para mim foi uma surpresa. Três alunos me parabenizaram e falaram comigo. Os demais nem sabiam. Isso comprova que a equipe de apoio não é vista pelos alunos. Falta comunicação entre a sala de aula e a equipe de apoio”.
Suelen explica que agora, o maior desafio é enfrentar a disciplina e também se adequar com o conteúdo, uma vez que ficou quase dois anos sem lecionar. “A educação evolui e é preciso acompanhar e, por isso, estou participando de todos os cursos de formação”.