O Cruzeiro, enfim, fechou com o novo treinador. E será Luiz Felipe Scolari, que estava sem clube há mais de um ano. Felipão, que havia recusado um convite inicial da Raposa, fechou contrato até o fim de 2022. O clube vai contar com ajuda de um patrocinador para pagar os salários do treinador.

As negociações foram conduzidas no Rio Grande do Sul, onde Felipão mora. Sérgio Santos Rodrigues e Deivid não retornaram de Atibaia com a delegação do Cruzeiro, nesta quinta-feira. José Carlos Brunoro, que trabalhou com o treinador no Palmeiras, também participou das tratativas.

A expectativa é de que Felipão comande o treino do próximo domingo. Paulo Turra (auxiliar) e Carlos Pracidelli (preparador físico) estarão no Mineirão para acompanharem o jogo desta sexta, contra o Juventude, pela 16ª rodada da Série B.

O projeto do Cruzeiro, com contrato longo, ajudará Felipão a realizar um desejo antigo: trabalhar no campo e, depois, virar um “manager”. Projeto, este, que ele já ambiciona desde quando foi contratado pelo Grêmio, em 2014.

– Não queremos só este ano. Queremos este ano que está terminando, queremos 2021, 2022 e 2023. Vou estar com vocês dando tudo aquilo que posso dar com a minha contribuição do meu conhecimento, de amizades e tudo aquilo que o cruzeiro me deu também. Conto com vocês também – disse o treinador, em vídeo divulgado pelo Cruzeiro.

Felipão chegará à Toca da Raposa para ser o substituto de Ney Franco, demitido no último domingo. Na segunda-feira, o treinador recusou a investida da diretoria celeste, mesmo tendo desejo de retornar aos trabalhos neste momento.

Felipão trabalhou por último no Palmeiras — Foto: Marcos Ribolli

Felipão trabalhou por último no Palmeiras — Foto: Marcos Ribolli

Do início da semana até esta quinta, o Cruzeiro teve propostas recusadas também por Lisca, do América-MG, Umberto Louzer, da Chapecoense, e Marcelo Chamusca, do Cuiabá. Os três fazem campanhas boas na Série B.

É exatamente nessa competição que Luiz Felipe Scolari terá de fazer um “milagre” com o Cruzeiro, que está em 19º, com apenas 12 pontos em 16 partidas. Uma arrancada rumo ao G-4, nesta situação, jamais aconteceu na Série B, que é disputada no modelo de pontos corridos desde 2006.

Entre todos os consultados e cogitados pelo Cruzeiro, nenhum é mais vitorioso que Felipão. O treinador pentacampeão da Copa do Mundo com a seleção brasileira retorna ao Cruzeiro depois de quase 20 anos. Entre 2000 e 2001, ele dirigiu o time em 75 partidas, com 40 vitórias, 23 empates e 12 derrotas. Foi campeão da Copa Sul-Minas de 2001.

Felipão será o quarto treinador do Cruzeiro na temporada. Além de Ney Franco, o time já teve Adilson Batista e Enderson Moreira. Nenhum deles conseguiu engrenar a equipe, que sofreu eliminações precoces na Campeonato Mineiro e na Copa do Brasil.

Na Série B, depois de 15 rodadas, a Raposa ocupa a penúltima posição, com 12 pontos. Hoje, as chances de acesso são de apenas 1,1%, segundo o site Probabilidades no Futebol, da Universidade Federal de Minas Gerais, A possibilidade de rebaixamento à Série C é de 52,5%. (Globo Esporte)