O técnico Jorge Sampaoli não garantiu a permanência no Atlético-MG até o fim de 2021, tempo em que se encerrará o contrato atual com o Galo. Alvo do Olympique de Marselha, da França, o argentino disse que a permanência de um treinador no futebol brasileiro é sempre incerta e que não é possível garantir a estabilidade no cargo. A declaração foi após o empate diante do Bahia, pelo Brasileiro, neste sábado.
“Futebol é muito instável, ainda mais nesse país. Treinador dura muito pouco. Não se consolidam os projetos”.
– Não sei (se pode garantir a continuidade até o fim do ano), o futebol muda o tempo todo. Só penso no próximo jogo, vencer, tentar fazer que o time chegue mais na frente da tabela. O resto é indecifrável. Se você analisa com todos os treinadores no Brasil, é a instabilidade. Não sou diferente do resto. Se não ganho, serei o pior. Se ganhar, serei o melhor. Hoje, meu trabalho será avaliado pelos resultados. Não posso responder essa pergunta agora. Só sei que o time volta a trabalhar na segunda e tentará corrigir os erros para o próximo jogo – disse o treinador.
Sampaoli vive um momento de incerteza, pois vem sendo assediado pelo futebol francês. A saída do treinador, nos bastidores do Galo, é considerada quase certa. Por isso, o clube trabalha o nome de Renato Gaúcho, em fim de contrato com o Grêmio (até fevereiro), como plano A.
Renato vai ouvir primeiro o Grêmio, para depois abrir negociações com outros clubes. A avaliação interna do trabalho de Sampaoli é de que ele é positivo, mas caro. Uma saída agora renderia, por exemplo, R$ 4 milhões ao Atlético-MG pela multa rescisória.
Análise do empate
A resposta do técnico de 60 anos foi a última da coletiva de Jorge Sampaoli, após o empate do Atlético-MG com o Bahia por 1 a 1, no Mineirão. O resultado deixou o time ainda mais distante da briga pelo título do Campeonato Brasileiro. Sampaoli apontou que está faltando sorte ao time. Foi o terceiro tropeço seguido no Brasileiro.
– O futebol tem aspectos emocionais, individuais, de momentos. A sorte, nos últimos tempos, não está com a gente em jogadas de muita clareza, com quatro, cinco cabeçadas dentro da área. Normalmente, fazemos o gol. Está nos faltando consolidar ou convicção para finalizar o domínio. Isso já está ocorrendo há mais tempo. Além da ansiedade de marcar, hoje também nos faltou organização defensiva na transição, quando o adversário nos atacava.
Atlético-MG x Bahia — Foto: Pedro Souza
O argentino apontou que o Galo teve novamente dificuldades para jogar contra um time fechado e não se portou bem na defesa. Produziu muito, mas não foi efetivo no ataque.
– A partida onde o time tentou propor como sempre, com defesa do Bahia muito baixa, com contra-ataque rápido. Creio que na fase defensiva, o time não esteve de privar os contragolpes. Isso nos causou o gol de empate, de ter que buscar o arco rival com o rival com muita gente na área. O time teve muitas chances, mas lamentavelmente não pode fazer. E, em alguns aspectos, mostramos fragilidade com os espaços grandes, que nos gerou o gol e algum incomodo.
Outras respostas de Sampaoli:
Análise do primeiro tempo
– No primeiro tempo, não havia muito espaço. Tínhamos que trabalhar bem os ataques, para que o rival não tivesse os contra-ataques. Assim mesmo, ele fez, foi no nosso campo. O jogo hoje não passou pelo ataque. Passou por outro aspecto, que me obrigou a mudar na metade do tempo, porque não podíamos controlar a transição do rival.
Lidar com dificuldades
– Tentando saber que temos que controlar o tempo de jogo, essa é a diferença. O time, às vezes, parecia um time maduro para lidar com essa situação. É seguir trabalhando para que isso mude. (Globo Esporte)