O segundo jogo do Fluminense na Copa Libertadores da América gerou um impasse de logística que só foi resolvido na véspera da partida. Em um voo fretado, como exige a Conmebol desde o início da pandemia da Covid-19, a delegação tricolor desembarcou na noite da última segunda-feira em Bogotá, capital da Colômbia, onde estava previsto o duelo com o Santa Fe. Porém, a prefeitura da cidade emitiu um decreto proibindo jogos de futebol nos próximos dias para combater o aumento de contágio do novo coronavírus na capital.

Nenê em frente ao avião fretado pelo Fluminense para a Colômbia — Foto: Reprodução

Nenê em frente ao avião fretado pelo Fluminense para a Colômbia — Foto: Reprodução

O Fluminense soube da proibição somente ao chegar no país e manteve a sua programação na cidade, onde reservou o Complexo Esportivo La Equidad para realizar na tarde de terça-feira o seu último treino para a partida. A Conmebol ainda tentou contornar a situação para o jogo ser mantido no Estádio Metropolitano de Techo, na capital, mas sem sucesso confirmou a mudança para o Estádio Centenário de Armenia, a 290 km de Bogotá. Dando origem a um problema de deslocamento.

A diretoria foi informada das duas possibilidades para chegar à cidade: de ônibus, em uma viagem de aproximadamente seis horas, ou por avião, em um trajeto de mais ou menos 40 minutos. A escolha foi por via aérea para se evitar desgastes. Só que surgiu um outro problema: o avião da “Gol”, fretado pelo Fluminense por 48 horas, não poderia ser usado para levar a delegação para Armenia porque a empresa não tem autorização para operar dentro do país.
Fred ao lado de Marcos Felipe no voo para Bogotá na segunda-feira — Foto: Reprodução

Fred ao lado de Marcos Felipe no voo para Bogotá na segunda-feira — Foto: Reprodução

Responsável por cobrir os gastos do visitante conforme o regulamento para mudanças de local de jogo, o Santa Fe ofereceu ao Fluminense três bimotores, aviões de menor porte, de uma companhia local, com capacidade para 19 pessoas cada um. Porém, não seria suficiente para levar toda a delegação tricolor e ainda o material de jogo de viagens, que pesa em torno de uma tonelada e teria que ir por terra. Além disso, a diretoria achou arriscado por serem aviões antigos e recusou a oferta.

Para resolver o impasse, a solução encontrada foi fretar um airbus da “Avianca”, que opera tanto no Brasil quanto na Colômbia, enquanto a Conmebol conseguiu um aval das autoridades locais para o voo ser feito sem a necessidade do prazo de 72 horas de antecedência conforme diz a legislação do país. O Fluminense vai pagar US$ 50 mil dólares (R$ 272 mil) pelo fretamento, conforme revelado pela “Rádio Globo” e confirmado pelo ge, valor que será reembolsado das cotas do Santa Fe na Conmebol.

Com os dois voos fretados, o Fluminense gastou cerca de R$ 1 milhão na logística. O clube só não conseguiu que o voo fosse ainda na noite desta terça, conforme era a intenção inicial, pelo pouco tempo hábil. Mas os jogadores embarcarão às 10h30 (12h30 de Brasília) desta quarta-feira para Armenia, e retornarão à Bogotá às 6h (8h de Brasília) de quinta.

A mudança atrapalhou até mesmo a logística do Fluminense para voltar ao Brasil. O voo fretado da “Gol”, que ficará aguardando no aeroporto de Bogotá, foi reservado pelo período de 48 horas para o retorno logo após o jogo. Agora, com a necessidade da nova viagem, a diretoria precisou negociar com a empresa aérea, que entendeu a situação e esticou o prazo para esperar o time. E para não perder tempo, os jogadores sequer retornarão ao hotel na capital e irão direto de um voo para o outro.

Nino fez foto do hotel onde a delegação está hospedada em Bogotá — Foto: Reprodução

Nino fez foto do hotel onde a delegação está hospedada em Bogotá — Foto: Reprodução

Fluminense e Santa Fé se enfrentam nesta quarta-feira, às 21h (de Brasília), no Estádio Centenário de Armenia, pela segunda rodada do Grupo D da Libertadores. Os dois times estão empatados na tabela com um ponto: o Tricolor empatou na estreia com o River Plate, da Argentina, em 1 a 1 no Maracanã, enquanto os colombianos, fora de casa, repetiram o placar com o rival Junior Barranquilla. (Globo Esporte)